A importância de mais mulheres na política e nas empresas
foi debatida nesta terça-feira (4) durante a Conferência da Rede de Mulheres
Parlamentares da Assembleia Parlamentar da Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa (CPLP). O evento, que acontece na Câmara dos Deputados, termina
nesta quarta-feira.
[Garantir vagas para as mulheres nos altos cargos de grandes
empresas é aproveitar o conhecimento das mulheres e garantir desenvolvimento
econômico para os países], disse a deputada portuguesa Elza Pais, em audiência
sobre o combate à discriminação de gênero no mercado de trabalho.
Elza Pais destacou o exemplo de Portugal, que por meio de
uma lei aprovada em 2006, conseguiu aumentar a participação feminina para 33
do total de deputados no país. Agora, os parlamentares estudam a adoção de uma
norma que amplie a presença feminina em empresas estatais.
[As nossas culturas têm se organizado de forma a desperdiçar
o saber das mulheres. As mulheres são muito qualificadas, têm muito saber. Na
crise econômica e financeira que o mundo atravessa, não podemos nos dar ao luxo
de desperdiçar o saber das mulheres], afirmou.
Espaços de poder
Presidente da Rede Mulher da Assembleia Parlamentar, a
deputada Rosângela Gomes (PRB-RJ) disse que todas as discussões realizadas até
agora demonstram a importância de mais mulheres ocupando os espaços de poder.
[Enquanto as mulheres não despertarem para os espaços de
poder – o lugar em que definimos as políticas que queremos para nossas vidas -,
todos os setores da sociedade ficarão capengas], disse. Para a deputada, a
ausência de representação feminina traz impactos em diferentes setores, sejam
na economia, na saúde e até na violência doméstica.
Empreendedorismo
A gerente de programas da ONU Mulheres, Ana Carolina
Querino, afirmou que o empreendedorismo é uma forma de dar às mulheres mais
poder sobre suas vidas, mas a maioria delas ainda enfrenta dificuldades para
ampliar sua ação empresarial. Para ela, políticas públicas podem reduzir essas
dificuldades.
[A criação do microempreendedor individual, com incentivos e
facilidades para a formalização, fez com que entre 2009 e 2014 aumentasse em
800 a quantidade de mulheres microempreendedoras formalizadas], afirmou.
Ana Carolina Querino defendeu ainda igualdade de salários
como forma de garantir condições adequadas de vida para as mulheres. Segundo
dados da ONU, a diferença salarial média entre homens e mulheres é de 27. No
Brasil é de 30, mas chega a 40 na comparação entre homens brancos e mulheres
negras. (Agencia Câmara)
Foto: Luis Macedo / Câmara dos Deputados