O prefeito Colbert Filho quebrou o silêncio dos últimos dias
e falou sobre a CEI (Comissão Especial de Inquérito) instaurada na Câmara
Municipal. E mandou um recado, digamos, enigmático: "O joio será separado do
trigo".
Colbert concedeu entrevista ao jornalista Joilton Freitas,
no programa Rotativo News, na Rádio Sociedade News, nesta sexta (14).
Inicialmente demonstrou preocupação com o número de óbitos por covid no
município e falou de obras, como a duplicação dos viadutos.
Ao chegar na esperada parte política da entrevista, Colbert
não fugiu a nenhuma pergunta. Sobre o vídeo oficial distribuído pela sua
comunicação, em que afirma não tolerar pressão, ameaças ou intimidação, disse o
seguinte: "Não fiz referência específica a ninguém. Foi uma observação de forma
ampla. Não faço nada sob pressão. Não coloco carapuça na cabeça de ninguém. Fui
eleito e tenho um mandato popular. Quando quero dizer algo, digo diretamente. E
a quem interessar possa: não trabalho sob pressão ou emparedamento".
Perguntado sobre a relação com o presidente da Câmara,
Fernando Torres, atualmente, Colbert negou que tenha prometido empregos em uma
reunião citada pelo vereador, realizada antes da eleição: "Em toda a minha
campanha estive com o então candidato Fernando Torres. Afirmo que os
compromissos serão cumpridos, mas reduzir a campanha à oferta de empregos,
disso eu não participo e não faço. Agradeço ao apoio do vereador Fernando
Torres na campanha. No momento, queremos é trabalhar para concluir o Projeto
Novo Centro, inaugurar mais quatro creches e botar as escolas para funcionar,
dentro dos protocolos de segurança em relação à covid. Tomara que a Câmara
Municipal tenha estes mesmos compromissos com a população".
Em relação a uma alegada falta de diálogo com os vereadores,
alvo de reclamações entre os aliados, o prefeito afirma que recebeu vereadores
esta semana, apesar de ter sido bastante corrida do ponto de vista de tempo. "Tanto eu quanto Fernando de Fabinho (vice-prefeito) dialogamos em outras oportunidades,
também, e os compromissos assumidos serão cumpridos, sem dúvidas".
Ao chegar ao tema CEI (Comissão Especial de Inquérito) das
Cestas Básicas, iniciada na Câmara, Colbert fez a seguinte análise, ao ser
lembrado por Joilton que sugestão da investigação partiu de um vereador do
grupo governista: "Não acompanhei o início dos trabalhos, na quinta-feira (13),
mas sei bem o que é uma CPI. É um instrumento importante para o Legislativo,
desde que seja comprovável. O vereador Jurandy, por exemplo, fez um
questionamento ao depoente para apresentar cópia... (nesta parte a entrevista
cortou, mas foi referente a um alegado CD com imagens e fotos da suposta
distribuição irregular de cestas na campanha). Disseram que a pergunta de
Jurandy era imoral. O que é imoral é não apresentar provas. O que soubemos é
que ficou abaixo do nível mínimo de respeitabilidade com o próprio poder
Legislativo. Exploração política e emparedamento não aceitarei", enfatizou
Colbert.
Ao final da entrevista, o jornalista fez o seguinte questionamento ao prefeito: "A CPI das Cestas Básicas surge dentro da base governista. O que está acontecendo com a sua base na Câmara??. Colbert respondeu com um recado bastante enigmático: ?Tivemos uma eleição com esse mesmo grupo de vereadores. Quem é governo, é governo. Ou é, ou não é. Não existe meio termo. O momento é de separar o joio do trigo. Temos apenas 4 meses de governo e surge uma CPI com grande apoio de vereadores da base. Certamente não são aliados, têm outro entendimento. O joio será separado", concluiu Colbert. (O Protagonista).
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