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Data de Publicação: 01/09/2024

Opinião de Zebrão: 01 de setembro de 1980 - 01 de setembro de 2024 - Gandu: 44 anos sem Eliseu Leal

ELISEU CABRAL LEAL, nasceu em 01 de novembro de 1938, em Gandu, de família evangélica, filho de Juvêncio Lobão Leal (Juvêncio da Farmácia) e Dona Minervina Cabral Leal (Dona Pombinha), fez sua estreia na política como vereador eleito em 1958, para fazer parte da primeira Câmara de Vereadores da cidade recém emancipada.

Em 1966, aos 28 anos, foi eleito prefeito de Gandu, licenciando-se do cargo para candidatar-se a deputado estadual em 1970, no último ano do mandato (àquela época, as eleições não eram realizadas de 2 em 2 anos, eram unificadas). Sendo eleito em 1970 e tomando posse como deputado em 1971, sendo eleito prefeito novamente em 1976, assumindo em 1977 e governado até a data trágica.

No dia 01 de setembro de 1980, exatamente 44 anos atrás, era assassinado na sinaleira de Ondina, Salvador, o prefeito de Gandu, Eliseu Cabral Leal. Deixando viúva a Sra. Iracene Leite Leal e dois filhos: Soraia e Nelson Leite Leal.

Vereador, prefeito, deputado estadual, prefeito novamente, ELISEU CABRAL LEAL foi o maior administrador da história de Gandu. Hoje, quando vemos administradores que se auto-intitulam grandes administradores, não conhecem a história da nossa cidade. Porque uma coisa é você já encontrar todo arcabouço pronto e você então coloca uma roupa, sapato bonitos.

Nenhum prefeito após ele ou antes dele, teve 50% do seu desempenho como administrador. Abriu bairros, calçou ruas, inaugurou hospital, matadouro, fez a entrada da cidade, fez o Lago Azul.

No seu segundo mandato, fez uma maquete para estender o lago até a entrada do Bairro 2 de julho, não iriam existir residências no hoje denominado Parque Turístico. Áreas de recreação, academias etc, era o que constavam no projeto.

Mas após a sua morte, foi feita criminosamente, uma distribuição de lotes para construção de residências de maneira irresponsável pelos seus sucessores, que não respeitaram a sua memória.

Ele preparou Gandu para o futuro. Nossa cidade foi escolhida pela revista O CRUZEIRO, a de maior circulação nacional à época, como a MAIS ASSEADA DO BRASIL.

Se não fosse a visão de administrador e homem público de Eliseu, a nossa cidade, com todo respeito, seria mais uma Ibirapitanga da vida, pois o traçado da BR-101 não iria passar por onde passa hoje, na nossa porta.

Não seria somente Gandu prejudicada, seriam Wenceslau Guimarães, Teolândia, Tancredo? todas elas ficariam isoladas, distantes por três, quatro quilômetros? seriam todas, cidadezinhas, ou nem isso.

O Ministério dos Transportes alegava e com razão, para passar o traçado da BR-101 por Gandu e por outras cidades e lugarejos, iria onerar e muito, pois precisariam ser construídos dois viadutos, enquanto no traçado original, três, quatro quilômetros fora da cidade, não haveria necessidade.

Ele usou o seu prestígio pessoal e político, chegou a trazer à nossa cidade o Ministro dos Transportes Mário Andreazza (a entrada da cidade chama-se Mário Andreazza) e com muita paciência e prestígio conseguiu o OK do Ministro mudando o traçado (sabemos da história como foi conseguido que o ministro assinasse, aguardem nosso livro, com prefácios dos Drs. Humberto Brito Almeida e Edinaldo Bispo dos Santos).

Vamos parar e raciocinarmos, façamos ideia se a BR-101, passasse fora do traçado que existe hoje, como seria a nossa querida e amada Gandu?

Não seriamos nada, uma cidadezinha escondida como tantas existentes por aí afora. Nosso comércio hoje pujante, praticamente não existiria. Bancos, um, no máximo dois. Não existiriam os bairros que existem hoje. Nossa população seria diminuta.

Para termos uma ideia, a população de Ibirapitanga em 2010 era de 22.598 habitantes. Hoje é de 25.344, segundo o Censo de 2022 do IBGE. Ou seja, em 12 anos, sua população cresceu apenas 2.746 habitantes.

Outro exemplo: Ibirataia que também não é beneficiada com a BR-101. População em 2010 os habitantes eram em número de 18.983. Doze anos depois, segundo o IBGE, no seu último censo, o número é de 18.792. Doze anos depois, a nossa querida Ibirataia, teve a sua população encolhida em 191 habitantes.

Citamos dois exemplos caros leitores, para que vocês, vejam a importância do líder Eliseu Leal para a região.

Achamos uma injustiça de todos os prefeitos que governaram os municípios de Wenceslau, Teolândia e Tancredo Neves, era uma obrigação, um dever de GRATIDÃO e reconhecimento, que as avenidas das entradas das suas cidades, tivessem o nome AVENIDA ELISEU CABRAL LEAL.

Se não fosse Eliseu, as cidades citadas, seriam verdadeiros povoados. Também se não fosse Eliseu, não existira prefeito de Gandu, que a deixasse bela e no caminho do progresso como hoje, vibrante, comércio pujante, movimentação bancária inigualável, firmas de cacau, supermercados, lojas nacionais instaladas na cidade.

A juventude de Gandu tem que conhecer a história deste que reputamos o maior de todos os prefeitos da história de Gandu e que os jovens de hoje, que vão nos governar no futuro, se espelhem em Eliseu Leal, ao seu amor incomensurável por esta terra.

Temos certeza que ele amava mais a sua cidade, ao seu povo, do que a própria família. Se ele não tivesse desaparecido tragicamente, Gandu hoje seria a maior cidade de todo baixo sul, pois ele preparava-se para assumir a prefeitura de Salvador (seria nomeado prefeito da nossa capital pois naquela época não havia eleição para as capitais, eram nomeados pelos governadores) e o governador à época Antonio Carlos Magalhães, já o havia convidado para assumir os destinos da capital, em virtude das suas divergências com Mário Kertész, levando-o a adquirir uma mansão no Jardim Armação. De prefeito de Salvador para Governador do estado, seria um pulo.

Fomos seu secretário de Administração, àquela época era uma enorme dificuldade para conseguir uma ligação telefônica, que tinha que ser solicitada à saudosa D. Noêmia, responsável pelo posto da Telebahia, genitora de Chiquita, Mary, Camilo, Ernandes? muitas vezes levava mais de 48 horas.

Geralmente viajava às segundas-feiras e os problemas pipocavam, mas ele nos dizia: "TOME A DECISÃO QUE ACHAR MELHOR, PARA TODOS OS EFEITOS, FUI EU QUE MANDEI?"

Com muita honra, com muito orgulho, servimos com dedicação, zelo e amor. Ele nos chamava de professor? éramos um aluno do primário comparando ao seu vasto currículo e homem de visão para o futuro.

Colocamos em nosso currículo como o mais importante cargo que assumimos, pois, uma coisa é ser secretário de um administrador, um homem de visão, um homem que via o futuro como se fosse hoje. Outra, é você ser secretário de prefeito normal, nos dias de hoje, que você para tomar uma decisão por mais simples que seja, tem que pedir autorização. Nós não fomos secretário de um prefeito normal, fomos secretário sim, de um prefeito como ELISEU CABRAL LEAL.

Com o seu desaparecimento prematuro, assumiu o cargo de prefeito, o vice Almir Ramos Carneiro, concluindo o seu mandato que havia sido prorrogado juntamente com todos os prefeitos do Brasil até 1982 pelo governo federal. Que saudades? "ANTES DELE, NINGUÉM FOI IGUAL A ELE. DEPOIS DELE, NINGUÉM FOI E NEM SERÁ MELHOR QUE ELE". (https://www.blogdozebrao.com.br/).

Foto: DIvulgação

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ANTONIO CARLOS FARIAS NUNES é Bacharel em Administração, Bacharelando em Ciências Políticas, ex-Professor de História da Filosofia no Colégio Castro Alves, em Gandu; ex-Professor de OSPB e EMC da Escola de 2º. Grau Eliseu Leal, em Gandu. Ex-funcionário dos Bancos BANEB e Brasil em Gandu, Itabuna e Una; Fundador e ex-presidente da Liga Ganduense de Futebol; Fundador e ex-presidente da União dos Vices Prefeitos da Bahia; Ex-Diretor Concursado da Câmara de Vereadores de Gandu; Ex assessor dos deputados Osvaldo Souza, Nestor Duarte e Félix Mendonça; Ex-Vice- prefeito; ex-prefeito de Gandu e ex-presidente da AMURC.

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