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Data de Publicação: 13/10/2024

Clima de mudança em Feira de Santana: A insatisfação que persiste após as eleições

Feira de Santana, uma das maiores cidades da Bahia, ainda respira o ar tenso das eleições recém-concluídas. O sentimento de insatisfação pelas ruas, como uma nuvem de incerteza que se recusa a dissipar. A cidade vive um momento peculiar, onde, apesar de um vencedor declarado, a sensação de vitória parece ter ficado aquém das expectativas da população. O clima é de mudança, uma mudança que muitos ainda esperam, mesmo após o resultado final.

Zé Ronaldo, do União Brasil (UB), com o apoio de Colbert Martins, seu principal aliado e figura central na administração que tem sido alvo de críticas severas, saiu vitorioso nas urnas. No entanto, para muitos, a vitória foi sem brilho. O grupo liderado pelo deputado federal Zé Neto (PT), que enfrentou Ronaldo nas urnas, saiu fortalecido e mais unido do que nunca, alimentando o espírito de resistência e renovação entre seus apoiadores. Para eles, a luta não terminou com o resultado das eleições.

Nas ruas de Feira de Santana, é fácil perceber o descontentamento. A energia que circula entre os moradores é de uma cidade que anseia por mudança, mas que não vê essa mudança refletida nas urnas. "Ganhou, mas não levou", dizem alguns, ecoando a ideia de que, embora as urnas tenham declarado um vencedor, o sentimento de transformação ainda não chegou. "Ganhou, mas não convenceu", repetem outros, aludindo ao fato de que a vitória não conseguiu curar as feridas de uma administração que, para muitos, trouxe apenas sofrimento.

A verdade, como muitos acreditam, é que o resultado das eleições não representou o desejo da maioria. A cidade, que já sofre há anos com uma administração que beneficia apenas um pequeno grupo, se vê novamente diante da continuidade desse ciclo. Promessas vazias, acusações infundadas contra o adversário e uma campanha que, para muitos, flertou com a irresponsabilidade, deixou marcas profundas na confiança da população. O ceticismo predomina.

O número expressivo de eleitores que preferiram anular ou votar em branco, cerca de 7,30% do total - 25.879 pessoas -, se soma aos 46,73% que simplesmente rejeitaram o modelo atual de governo. Esses números são o reflexo de uma cidade que já não suporta mais as dores de uma administração falida, que, segundo os críticos, apenas perpetua o sofrimento da população. E esse grupo, que já é grande, tem o potencial de crescer ainda mais. Muitos acreditam que, em breve, haverá um número específico de arrependidos pela escolha feita nas urnas.

Mas, enquanto isso, do outro lado da disputa, o grupo que saiu vitorioso também não encontrou motivos para tranquilizar-se. A insegurança entre os milhares de funcionários que ocupam cargos na prefeitura vive a expectativa de demissões em massa. O medo é real. Para muitos, a permanência no cargo é incerto, e a preocupação toma conta de quem ainda não sabe se será dispensado ou desligado. A sensação é de que há muitas bocas para alimentar com um bolo que parece cada vez menor.

Feira de Santana está em um limbo político. A sensação de que algo precisa mudar continua a pulsar, como antes da eleição. A população, ainda incrédula com os resultados, parece carregar um arrependimento silencioso, um desejo profundo por uma transformação que ainda não chegou. A cidade segue em frente, mas a energia que circula entre seus moradores é clara: a luta por um futuro melhor, por uma administração que realmente escute e sirva ao povo, está longe de acabar. (Osvaldo Cruz/Rota da Informação).

Foto: Divulgação

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