A Assembleia Legislativa da Bahia
(ALBA) concedeu, na manhã desta sexta-feira (8), o Título de Cidadão Baiano ao
bispo dom Tommaso Cascianelli, orientador espiritual e conselheiro de Irmã
Dulce nos últimos anos de vida da religiosa, entre 1987 e 1992. Através da
honraria, proposta pelo deputado Ricardo Rodrigues (PSD) e aprovada por
unanimidade pelo parlamento estadual, a Casa Legislativa reconheceu as
contribuições do bispo de origem italiana que escolheu a Bahia como lar.
Do púlpito, Ricardo Rodrigues
exaltou a trajetória religiosa de dom Tommaso, que esteve à frente de
iniciativas de amparo social e de projetos construídos para garantir dignidade
às comunidades por onde passou. "Dom Tommaso desbravou a Bahia com um coração
cheio de amor, especialmente na região de Irecê. Ele fez questão de estar ao
lado dos baianos e baianas, com um compromisso genuíno de fazer o bem", frisou.
O parlamentar ainda ressaltou a
humildade do bispo ao ser convidado a participar da sessão de outorga. "Ele me
questionou se era merecedor de tal honraria. Isso foi mais uma demonstração de
toda a sua humildade", disse Ricardo Rodrigues, em tom de admiração.
O homenageado, que chegou ao
Plenário Orlando Spínola conduzido pelos deputados Luciano Araújo (SD), Manuel
Rocha (UB) e Raimundinho da JR (PL), e por bispos da diocese de diferentes
municípios, agradeceu o reconhecimento da ALBA e, desde a primeira frase
proferida em seu discurso, pregou a união entre as pessoas. "Eu vejo esse
momento como algo que nos une a Deus. Tenho sotaque italiano, mas coração
baiano. Procurei viver a realidade do nosso povo. Gostei. Não fiz nada. Nós,
juntos, fizemos. Estou grato pela homenagem", afirmou.
Superintendente das Obras Sociais
Irmã Dulce, Maria Rita Pontes destacou o merecimento do bispo. A sobrinha de
Santa Dulce dos Pobres ressaltou alguns feitos do religioso e a relação de
confiança com a imaculada. "Todos nós queríamos estar aqui para lhe homenagear.
Uma homenagem tão merecida. O senhor está aqui [na Bahia] na nossa convivência
e só tem semeado o bem. Todo o aprendizado que Santa Dulce lhe passou "amar e
servir", é o seu lema também", disse.
Bispo da Diocese de Irecê, onde
Tommaso Cascianelli fixou-se, dom Antônio Ederaldo lembrou o que ouviu de
colegas após a chegada do bispo italiano. "Irecê vive outros tempos depois que
Tommaso chegou. Sou testemunha do quanto a luta foi grande", afirmou, ao
enfatizar as contribuições de Cascianelli para a comunidade local.
Além dos mencionados, compuseram
a mesa as seguintes autoridades: o prefeito do município de Irecê, Elmo Vaz; o
assessor especial da Secretaria de Relações Institucionais, Yulo Oiticica, que
neste ato representou o Governo do Estado; o vigário geral da Diocese de Irecê,
padre Luis Martins dos Santos; a presidente da Associação Casa dos Anjos, Diana
Francelina Dias; o vice-provincial passionista, padre Marcos Antônio Souza; e o
coronel PM, Valter Araújo.
BIOGRAFIA
Dom Tommaso nasceu em uma pequena
cidade da Itália, Capodimonte, em 9 de março de 1948. Ele deixou a Itália em
1980, oriundo de uma família com raízes religiosas. Desde cedo, apresentava o
desejo no coração de se tornar missionário. Num primeiro momento, a ideia era
fazer missões na África. Porém, devido à sua província passionista, mudou-se
para a Bahia, onde serviu à igreja em Itabuna. Depois veio para Salvador e, com
o passar do tempo, retornou para a cidade grapiúna.
Dom Tommaso Cascianelli foi
conselheiro de Irmã Dulce nos últimos anos de vida da religiosa, entre 1987 e
1992. Sem sair da Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da
Mãe de Deus, à qual pertencia, ela fundou também uma pequena comunidade de
irmãs, o Instituto Filhas de Maria Serva dos Pobres. Dom Tommaso foi chamado
por Irmã Dulce, à época, quando ainda era sacerdote, para dar assistência
espiritual ao pequeno Instituto, em Simões Filho, onde passou a atender as
jovens duas vezes por mês. (Agencia Alba).