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Data de Publicação: 09-08-2019

Agricultura familiar é tema de debate em sessão especial no Legislativo

"Se o campo não planta, a cidade não janta". Esse foi o tema da sessão especial que aconteceu no Plenário Orlando Spínola, na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), na tarde desta quinta-feira (8). A pauta do encontro, proposto pela deputada Fátima Nunes (PT), foi o fortalecimento da agricultura familiar na Bahia.

Em seu discurso, Fátima Nunes agradeceu ao público que compareceu e lotou o plenário da Casa. O ato, enfatizou a parlamentar, é parte de um processo de luta e de resistência das cerca de 700 mil famílias que vivem da agricultura familiar na Bahia. Para a legisladora, os investimentos na área da agricultura familiar fazem com que o homem do campo passe a viver com dignidade, sem ter que fazer parte do êxodo rural por falta de oportunidade no local em que vive. "Isso leva o nosso povo a não sair de onde vive, de onde trabalha, para buscar o ganho de vida na cidade, onde não tem oportunidade nem para quem já vive lá", alertou.

A secretária estadual de Promoção da Igualdade Racial, Fabya Reis, representou o governador Rui Costa no evento e ressaltou o compromisso firmado pela gestão com as políticas públicas de fortalecimento da agricultura familiar. ?Temos a Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), uma pasta que cuida das ações para o setor. O governo, na Bahia, tem feito a diferença na medida em que decide que a agricultura familiar é prioridade?, afirmou. Fabya também lembrou o papel crucial da produção de alimentos pelos agricultores familiares: "Nunca é demais lembrar que o alimento saudável na mesa do povo brasileiro é colocado por estes homens e mulheres. Mais de 70% da alimentação vem da agricultura familiar. Essa sessão especial é importante para que a gente reconheça esse trabalho de resistência, que impacta no clima do planeta".

Ao expor dados do governo estadual a respeito da agricultura familiar, Wilson Dias, diretor-presidente da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), explicou que, nos últimos quatro anos, foi investido R$ 1,2 bilhão na área. Segundo o gestor, a agricultura familiar tem potencial para se tornar a principal fonte de renda nos municípios, superando a prefeitura e a aposentadoria.

"Os prefeitos dizem que o maior empregador nos municípios é a prefeitura. Se a gente fizer a conta, em cada município, vai ver que, potencialmente, isso não é verdade. Se você for em cada lugar, nos municípios pequenos, todo mundo vai dizer que a primeira renda é a prefeitura, a segunda é a aposentadoria. O que nós estamos querendo dizer é que a primeira renda é a agricultura familiar. Basta fazer a conta, que chegará a esta conclusão", sinalizou Dias, para informar que já há um estudo para identificar formas de incentivar o crescimento da agricultura familiar na Bahia: "Estamos aprofundando este diagnóstico em cada sistema produtivo, em cada município, em cada território de identidade, criando um comitê de governança, porque temos a possibilidade de melhorar muito, fazendo investimentos direcionados". 

Jeandro Ribeiro, chefe de gabinete da Secretaria estadual de Desenvolvimento Rural (SDR), representou o secretário Josias Gomes, titular da pasta. Em seu discurso, ressaltou que a agricultura familiar está presente praticamente em todos os 417 municípios do estado, significando, em muitos deles, uma mola propulsora da economia com as atividades desenvolvidas nas pequenas propriedades. "O recado que precisa ser dado pela agricultura familiar é que se necessita de política pública, de assistência técnica, de autonomia. É isso que estamos construindo a várias mãos, junto com o poder Legislativo, com o Executivo e com a sociedade civil organizada", disse Ribeiro.

Presente ao evento, o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) na Bahia, Cedro Silva, também enfatizou o papel que a agricultura familiar tem nos pequenos municípios baianos. "Temos que agradecer o trabalho desempenhado pelas mais de 700 mil famílias, trabalhadores e trabalhadoras. A agricultura é a principal fonte de renda daqueles que produzem. Em nosso estado, hoje temos uma política especial voltada para a agricultura familiar", frisou o dirigente da CUT-BA.

Quem também destacou a força do segmento nos municípios foi João da Cruz, presidente da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado da Bahia (Fetag-BA). "A agricultura é responsável por abrigar mais de 70% da mão de obra do campo", apontou. Ainda segundo Cruz, a agricultura familiar é uma atividade considerada de perfil sustentável, econômico e social. Para Elisângela Araújo, representante da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf), o segmento tem mais de cinco milhões de famílias em atividade no Brasil e produz alimentos, preservando e conservando o meio ambiente, respeitando a biodiversidade. 

Presentes na sessão especial, o deputado Marcelino Galo (PT) e a deputada Neusa Cadore (PT) enalteceram a realização da semana da agricultura familiar na ALBA. Para Galo, o setor é responsável por levar alimentos de qualidade à vida do brasileiro, sem agrotóxicos. Neusa disse, em seu discurso, que o governador Rui Costa deu um passo importante ao criar a SDR, que faz com que as políticas públicas implantadas mostrem resultados concretos, gerando renda e fortalecendo a agroecologia.

A sessão especial também teve a presença da deputada Olívia Santana (PC do B), a prefeita do município de Araçás, Gracinha, entre outros representantes de sindicatos, cooperativas, associações e agremiações políticas. (Agencia Alba).

Foto: Divulgação/Agencia Alba

 

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