Nos dias 13 e 14 de agosto, as mulheres do campo, das
florestas e das águas vão se reunir em Brasília durante a Marcha das
Margaridas 2019, na luta por um Brasil com soberania popular, democracia,
justiça, igualdade e livre de violência. As mulheres baianas também vão somar
forças a essa grande mobilização com a presença de caravanas das diversas
regiões do estado. Os Comitês de Mulheres dos Territórios Bacia do Jacuípe,
Portal do Sertão e Sisal realizaram um amplo processo de debate,
articulação e ação política para participarem de forma expressiva da atividade,
levando suas pautas e demandas.
O evento é coordenado pela Confederação Nacional de
Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (CONTAG), em
parceria com sindicatos, centrais sindicais, movimento feministas e de mulheres
trabalhadoras, além de organizações internacionais.
"O atual momento nos convoca a lutar pela reconstrução da
democracia e pela manutenção dos direitos. Seguimos mobilizadas junto aos
movimentos sociais e demais forças democráticas e populares do nosso país,
discutindo a nossa plataforma política com as mulheres e lutando na construção
de um projeto de desenvolvimento para o Brasil que seja democrático, popular,
feminista, antirracista, justo, soberano, agroecológico e livre de violência",
afirma o documento da Marcha das Margaridas 2019.
A Marcha
Inspirada na líder sindicalista Margarida Alves, assassinada
em razão da sua luta pelos direitos de trabalhadoras e trabalhadores rurais, a
Marcha das Margaridas é realizada desde o ano 2000 como uma ação estratégica
das mulheres do campo, da floresta e das águas para conquistar visibilidade,
reconhecimento social, político e cidadania plena. É a mais efetiva ação de
luta das mulheres contra a exploração, a dominação e todas as formas de
violência e em favor da igualdade, autonomia e liberdade.
Nestes 19 anos de resistência, ousadia e coragem, as
mulheres conquistaram importantes avanços para a luta feminista, a exemplo de
políticas de acesso à terra e documentação da trabalhadora, de apoio à produção
das mulheres na agricultura familiar e um conjunto de ações para enfrentamento
à violência. Agora elas voltam às ruas num contexto marcado por uma série de
retrocessos, de avanços das pautas conservadoras e no modelo neoliberal, do
desmonte das políticas públicas e da Reforma da Previdência, que atingem as
mulheres de forma ainda mais cruel. (Ascom).
Foto: Divulgação/Ascom.