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Data de Publicação: 16-08-2019

Alba lança dois livros na feira literária de Mucugê

A Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) marca, mais uma vez, presença na Feira Literária de Mucugê (Fligê), cuja quarta edição começa hoje (dia 15) e vai até domingo no município da Chamada Diamantina. Neste ano, a ALBA lançará, durante o evento, dois livros: a segunda edição do Auto da Gamela, de autoria de Carlos Jehovah e Esechias Araújo Lima, e o clássico Sinhazinha, de Afrânio Peixoto (1876-1947), publicado originalmente em 1929. Além dos lançamentos, a Assembleia terá um estande, onde distribuirá livros do seu amplo catálogo, como tem feito desde a primeira Fligê.

Com mais esses dois livros lançados especialmente para a Fligê, a Assembleia consolida a parceria com a feira literária, considerada o terceiro maior evento do tipo realizado no estado e que tem atraído pessoas de dentro e fora do país. A feira tem uma vasta programação, com lançamento de livros, mesas de conversa, conferências, oficinas, peças teatrais e shows. O evento, que tem a ALBA como parceria, é uma realização do Instituto Incluso, Coletivo Lavra e governo do Estado, com patrocínio do governo federal.

Um dos objetivos desta quarta edição da feira é colocar a literatura em diálogo com outras artes, potencializando a formação de leitores de todas as idades. Em cada edição, a Fligê elege um homenageado. Este ano, é o poeta Castro Alves, com seu grito "Sê livre, és Gigante". De acordo com os coordenadores, a homenagem a Castro Alves justifica-se por encontrar em sua obra, além do apelo de sua escrita de vida breve e longa existência literária, as diásporas dos navios negreiros da atualidade e as distopias a serem reveladas para que a literatura seja ainda mais necessária para interpretar a realidade social.

Apesar de não tratar diretamente sobre Castro Alves, o livro Sinhazinha tem relação com o poeta. Afinal, a obra do escritor baiano Afrânio Peixoto retrata a vida nos sertões baianos de Caetité, palco, no século XIX, de feroz luta travada entre os familiares de Castro Alves e as famílias Moura e Pinheiro Canguçu. Luta essa ocorrida no então município de Bom Jesus dos Meiras, atual cidade de Brumado, localizada no sudoeste baiano.

Ouvindo descendentes dos dois lados, cada qual narrando a sua versão, Afrânio Peixoto concebeu Sinhazinha, a seu modo, baseado na vindita entre Mouras e Canguçus, situando sua condição de autor à de ouvinte dos dramas que se sucederam entre as margens do Paraguaçu e do Rio de Contas. "Aqui sobrevivem amor e ódio, num mundo onde os donos de vastas terras dominam os sentimentos e fazem jorrar o sangue da vingança; é a luta na defesa dos valores do sertão brasileiro, onde a beleza da mulher traz a paixão súbita e a vingança que se arrasta por gerações", explicou Afrânio Peixoto, neste que foi o seu último romance.

Sinhazinha começa numa festa de São João que transcorre no terreiro da casa-grande da Fazenda Campinho, pertencente a João Pinheiro Canguçu, quando ali chega o jovem Juliano que, estudante na capital baiana, se vê obrigado a abandonar os estudos em razão da morte do pai, o que o força a buscar o sustento da família, tornando-se mascate. Apaixonado por Sinhazinha, a filha do proprietário que está prometida por alianças familiares a um descendente dos Mouras, Juliano ouve do capataz Tomé a história das lutas familiares, sendo ele mesmo oriundo de uma das famílias inimigas de sua amada, forçando-o a vencer os obstáculos para que ambos fiquem juntos.

Nascido em 1876, na cidade de Lençóis (também na Chapada), Júlio Afrânio Peixoto diplomou-se pela Faculdade de Medicina da Bahia em 1897. Chegou ao Rio de Janeiro em 1902, onde foi aprovado em concurso para cátedra de Medicina Legal na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Exerceu outros cargos, entre eles o de professor de Medicina Pública, e lá iniciou sua carreira literária. Entre os livros escritos por ele estão A Esfinge (1911), Maria Bonita (1914), Fruta do Mato (1920), Bugrinha (1922), As Razões do Coração (1925), Uma Mulher como as Outras (1928) e Sinhazinha (1929). Foi eleito para Academia Brasileira de Letras (ABL) e chegou a ocupar sua presidência.

O outro livro que será lançado pela ALBA na Fligê,  Auto da Gamela, foi escrito por Carlos Jehovah e Esechias Araújo Lima, o primeiro de Vitória da Conquista e o segundo de Brumado, e teve a primeira edição publicada em 1980. Em versos extremamente inspirados, a obra conta o nascimento, a curta e sofredora vida e morte de uma criança nordestina e foi elogiado por Jorge Amado e Rachel de Queiroz. Essa nova versão, muito bem-acabada de 219 páginas, tem ilustrações de Silvio Jessé. (Agencia Alba).

Foto: DIvulgação/Alba

 

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