O presidente Jair Bolsonaro disse, nesta 6ª feira (23), que
o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello “fez o dever de casa” ao ter esperado o
aval da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para comprar vacinas
contra a covid-19.
“[Pazuello] fez o dever de casa lá atrás e não comprou no
ano passado praticamente, apenas fez muitos contratos. Por que? Porque
precisava passar pela Anvisa”, disse em cerimônia de entrega de cestas básicas
do Programa Brasil Fraterno, em Belém (PA).
O presidente ainda declarou: “Seria uma irresponsabilidade
do governo despender recursos para algo que ninguém sabia o que era ainda,
porque não estava no mercado”.
“A gente espera nos próximos meses conseguir um número
considerável de vacinados para que possamos então voltar à nossa normalidade”,
disse.
Pazuello foi ministro da Saúde de maio de 2020 a março de
2021. Estava atuando na capital amazonense desde janeiro, quando Manaus
enfrentou colapso do sistema de saúde devido à falta de oxigênio para atender
aos pacientes com covid-19. O general deixou a pasta em meio a críticas por
causa de sua atuação no combate à pandemia, especialmente devido à demora para
adquirir e distribuir vacinas. Foi substituído pelo cardiologista Marcelo
Queiroga.
Apesar de contar com a simpatia do presidente, nem todos os
governistas têm boa avaliação do trabalho de Pazuello na Saúde. O ex-secretário
de Comunicação Fabio Wajngarten acusou, em entrevista à revista Veja, a equipe
comandada pelo ex-ministro de “incompetência” e “ineficiência” na aquisição de
vacinas contra o coronavírus.
Pazuello deve ser chamado a prestar depoimento na CPI
(Comissão Parlamentar de Inquérito) do Senado que investiga possíveis crimes de
responsabilidade durante as ações de enfrentamento à covid-19.
Em conversa com o senador Jorge Kajuru (então no Cidadania),
em 10 de abril, Bolsonaro manifestou preocupação com a convocação do general e
o relatório final da CPI. “Tem que mudar a amplitude dela [da comissão]. Se não
mudar, a CPI vai simplesmente ouvir o Pazuello, ouvir gente nossa para fazer um
relatório sacana”, disse.
Participaram do evento em Belém os ministros João Roma
(Cidadania), Gilson Machado (Turismo), Augusto Heleno (GSI) e outros políticos,
como o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson. Mais cedo, o presidente
visitou Manaus (AM). (Murilo Fagundes – Poder 360).
Foto: Reprodução/TV Brasil