Exagero na busca pela Vitamina D através do sol pode ampliar riscos do câncer de pele

Depois de 1 ano e 9 meses de atividades de lazer restritas
por conta da pandemia de Covid-19, não falta quem esteja disposto a repor
Vitamina D e desfrutar o Verão 2021/2022. No entanto, a campanha Dezembro
Laranja alerta para a importância da prevenção e diagnóstico precoce do câncer
de pele, que deve registrar mais de 185 mil novos casos este ano no Brasil, com
4,5 mil mortes, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Nas projeções, a
Bahia vai superar este ano os 8,1 mil casos, sendo 10% em Salvador.

Do total de diagnósticos no país, 176.930 serão do tipo
não-melanoma (cerca de 30% dos tumores malignos registrados no país) e 8.450 do
tipo melanoma – mais grave, com maiores chances de metástase, e representando
3% dos casos. Para ambos os tipos, o diagnóstico precoce e o tratamento
adequado são fundamentais para melhorar a sobrevida e impactar de forma
positiva na redução da taxa de mortalidade.

“Tema de muita controvérsia entre dermatologistas,
endocrinologistas e geriatras, a reposição de Vitamina D através da exposição
solar pode trazer malefícios à saúde da pele, pois queimaduras solares e
exposições diárias em horário de pico da radiação solar aumentam o risco para o
desenvolvimento do câncer de pele”, orienta a dermatologista da Clínica AMO,
Marilu Tiúba, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e Grupo Brasileiro
de Melanoma.

A especialista também alerta que, apesar de mais comum em
pessoas acima de 50 anos, a acentuada exposição de jovens ao sol faz cair a
média de idade dos pacientes com diagnóstico de câncer de pele. “Apesar de raro
em crianças, campanhas como a do Dezembro Laranja ajudam a educar a nova
geração quanto aos cuidados que devemos ter desde cedo, se expostos ao sol.
Pessoas com o fototipo mais alto devem estar atentas para a apresentação do
melanoma em sítios especiais, como a região acral (palma de mãos e planta de
pés)”, destaca.

“Em qualquer idade, a exposição ao sol deve ser controlada e
evitada, com uso correto de bloqueadores, com proteção UVB e UVA, com FPS
mínimo de 30, uso de barreiras físicas, como camisas, viseiras ou bonés com FPU
(fator de proteção ultravioleta), devendo ser evitados horários entre 10h e
16h, quando a radiação é mais intensa. Mesmo em dias nublados, a proteção é
necessária”, explica a médica, lembrando ainda que o uso de câmaras de
bronzeamento artificial (proibidas no Brasil desde 2009) e histórico familiar
de melanoma também aumentam riscos para a doença.

Outro ponto importante destacado pela dermatologista Marilu
Tiúba são as lesões que podem surgir no couro cabeludo e que, em mais de 50%
dos casos, são vistas pela primeira vez por profissionais não médicos, como os
cabeleireiros. “É importante que profissionais como cabeleireiros sejam
treinados para identificar uma lesão suspeita para câncer de pele no couro
cabeludo, local menos visível para o próprio paciente observar”, explica Marilu
Tiúba, acrescentando que manicures e pedicures podem sinalizar possíveis lesões
nas unhas e em regiões plantares.

Dezembro Laranja

“Prevenção do câncer de pele deve ser rotina, deve ser para
todos!” Esse é o mote da campanha Dezembro Laranja da Clínica AMO deste ano,
que alerta a população sobre a importância da prevenção desde a infância.

A campanha convida todos a curtirem o Verão em Salvador, sem
se descuidar da proteção e orienta que atividades do dia a dia também precisam
de atenção com foco na prevenção: desde a espera no ponto de ônibus, a
caminhada, a pedalada, a prática de qualquer esporte ao ar livre ou o banho de
mar!

O escopo inclui peças para redes sociais, vídeos educativos
com orientações de médicos e depoimentos de pacientes, plotagem das cabines do
pedágio da Linha Verde e iluminação das fachadas da AMO com a cor que simboliza
o Dezembro Laranja. (Ascom).

Foto: Divulgação/Ascom

 

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