O ministro da Defesa, Jaques Wagner, negou nesta
segunda-feira (20) a possibilidade de que estaria prestes a assumir o comando
da Casa Civil, no lugar de Aloizio Mercadante. “Não vejo nem fumaça, o que
dirá notícia objetiva sobre isso”, comentou. Segundo o ministro da Defesa,
esses rumores fazem parte do “anedotário da política”. Depois de
reiterar que não vê nenhuma posição da presidente Dilma Rousseff de fazer
qualquer movimentação ministerial neste momento, respondeu que
“trabalhamos em equipe, sob a batuta da presidente, e a equipe está
afinada”. “Não tem ninguém que tenha varinha de condão para conduzir
tudo sozinho”, reforçou. “O ministro Mercadante tem prestado serviços
importantes para o governo e para a presidente. Não vejo fumaça”,
reiterou. “Estou muito bem posicionado no Ministério da Defesa e a
presidente não está pensando em mudança ministerial”, afirmou. Jaques
Wagner disse, ainda, que a reunião de coordenação, hoje no Palácio do Planalto,
não tratou de mudança de cadeiras e que o tema principal foi o balanço do
primeiro semestre e as ações necessárias para o governo aprovar as medidas de
ajuste que estão faltando. Destacou, ainda, que o governo está empenhado em
criar condições na retomada do crescimento. Ele também afirmou nesta
segunda-feira (20) que a posição do governo em relação à decisão do presidente
da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) de romper com o Planalto, foi expressa na
nota oficial divulgada na sexta-feira (17), destacando que era uma decisão
pessoal, não do PMDB. “Foi uma decisão pessoal. O PMDB não
acompanha”, disse, ao final de cerimônia de assinatura referente ao
financiamento do projeto Amazônia-SAR, de um radar orbital para combater o
desmatamento na Amazônia. A cerimônia ocorreu no Ministério da Defesa. Segundo
Jaques Wagner, a posição de Cunha não muda o interesse do governo em aprovar
matérias importantes para o governo e para o ajuste fiscal na Câmara e no
Senado. “Vamos continuar trabalhando com a base de sustentação política
para aprovar o que ainda é importante, depois do recesso. Um pouco mais cedo,
no Planalto, ele havia dito que “temos de saber ouvir críticas”. Para
o ministro da Defesa, “as coisas tendem para o leito natural após o
recesso”. O ministro lembrou que o presidente do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL), também fez críticas ao governo na sexta-feira, mas de forma
diferente e se mantendo na base de sustentação. Otimista, Wagner disse que
prefere acreditar na melhoria da relação com o Congresso. Jaques Wagner
lembrou, ainda, que Cunha separou a posição pessoal da magistrado, que é
obrigatória ao presidente da Câmara, e que além disso, depois moderou o
discurso, dizendo que não tem pauta vingativa. “Caberá, então, a nós do
governo, convencer a nossa base daquilo que é necessário fazer”, declarou.
Disse, ainda, que o governo que “calma para aprovar as medidas e
governar”. (Tânia Monteiro | Estadão Conteúdo)
Foto: Agência Brasil