Comenta-se que política não é para evangélico - crente, como é
chamado - ou para membro de outras religiões, católicos praticantes, umbanda,
ou de matrizes africanas. Isso não é verdade! A Bíblia Sagrada é clara nesse
ponto, as autoridades são constituídas por Deus. A política faz parte do
cotidiano de toda a comunidade, seja evangélica ou não. O que se nota é que a
política partidária está invadindo as igrejas evangélicas e outros segmentos
também e vem causando prejuízo espiritual em membros, congregados, seguidores
de comunidades evangélicas ou cristãs.
As igrejas evangélicas transformaram-se num colegiado político,
com a finalidade de eleger representantes da membresia, ou apoiar nomes de
pessoas de outras denominações que lhes convenha (grupo de pastores). A
política partidária entrou nas igrejas como erva daninha, foi entrando,
entrando e germinou, ao ponto dos pastores, apóstolos e missionários
renunciarem seus ministérios e mergulharem na política partidária.
Quando o pastor é consagrado ao ministério episcopal, normalmente ele
afirma que tem a chamada de Deus para exercer o [santo ministério]. Depois de
um período de atividades, começa a se apaixonar pela política partidária e vai
abandonando lentamente a missão episcopal e abraça a política propriamente
dita, cria grupos e grupos em congregações ou filiais, com o objetivo de
alcançar um mandato no legislativo ou executivo através dos votos dos fiéis.
Mas o que causa esse desejo, deixar o episcopado para mergulhar na
política partidária? É o poder político? Financeiro? Posição social? Promoção na mídia? Fundo
partidário? Emendas parlamentares? Finalmente qual seria o atrativo para os
pastores abandonar o seu chamado e abraçar a política partidária?
Tem igrejas que detêm o controle de partido(s) político(s), com
objetivo de indicar nomes para disputar cargos eletivos. Mas, nem sempre, as
organizações evangélicas seguem um padrão. São raros os casos de comunidades
com membros ou congregados, com vocação política, mas sem a oportunidade de
seguir, pois, provavelmente, o pastor se lança candidato a cargo eletivo.
Líderes evangélicos, que se ausentaram do episcopado, e abraçaram
a política partidária, estão hoje mergulhados em denúncias de corrupção
(financeira e tantas outras), processos tramitando na justiça estadual e
federal, gastando boa soma com advogados para se defender. A Bíblia revela que
corrupção é pecado. Em Atos dos Apóstolos 13:37 está escrito: mas aquele a quem
Deus ressuscitou nenhuma corrupção viu. Às vezes, pensamos que corrupção é só
dinheiro. Mas não, é muito além.
Mandato
Eleito (pastor) para o primeiro mandato, geralmente vai se
profissionalizando e não quer mais sair do cargo e, quando pensa em deixar,
indica um(a) filho(a) ou um parente mais próximo. Surgem as cobranças por parte
de aliados, pastores que deram apoio e querem a contrapartida, cargos, funções,
participar da folha, enfim, a cobrança é ativa e é nesse momento que começa a
discórdia.
O que se questiona, qual o motivo, para deixar o episcopado por uma
função política partidária? O prejuízo tem sido grande para as igrejas
evangélicas, as dissensões entre si (grupos) tem causado mal-estar na
comunidade evangélica, ou seja, divisões ministeriais, ministérios e
ministérios eclesiásticos surgiram ao longo dos anos.
A Bíblia relata nomes de personagens que fizeram parte do contexto
político no Antigo Testamento, o rei Davi, José- governador do Egito, Daniel e
tantos outros. Qual a diferença deles para os (pastores) que exercem cargos
públicos nos dias atuais? A resposta é simples: eles não se contaminaram, ou
seja, não se misturaram com os que praticavam atos que maculavam o nome de
Deus. Mantiveram-se firmes em suas posições.
Na atualidade, os que têm postulado e exercido cargo político
partidário não têm dado bom exemplo. Entram no mesmo jogo político e lhe causam
má reputação. Temos maus exemplos no segmento evangélico no país. É só observar
bem, o antes e o depois do ingresso na política, quando conclui o mandato.
Vários líderes (pastores) vão responder diante de Deus e dos homens.
Antes de fazer a sua escolha, observe bem se você foi chamado para
o ministério episcopal, tem desejo, ou é enviado. O apóstolo Paulo, em sua primeira
carta a Timóteo 3 v 1 diz: se alguém deseja o episcopado, excelente obra
deseja. O mandato tem fim, o episcopado não. Você tem promessa de trocar de
vida, isto é, a vida eterna com Cristo.
Pense nisso!
Itamar Ribeiro de Souza
Pastor da Assembleia de Deus
Emanuel de Feira de Santana-BA, Professor Acadêmico, Escritor, Teólogo,
Pedagogo e Jornalista.
Editor do Portal de Notícias WWW.SOTEROPOLISNOTICIAS.COM.BR