O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ),
afirmou que o tema do retorno da CPMF não deve voltar a ser discutido
pelo Congresso, já que o governo mostrou que não tem mais interesse no tema. Na
semana passada, o presidente Jair Bolsonaro demitiu o secretário da Receita
Federal, Marcos Cintra, um dos defensores do retorno da contribuição.
Maia concedeu entrevista coletiva nesta segunda-feira (16)
após participar de evento em São Paulo. Para ele, criar impostos não é o melhor
caminho para resolver os problemas fiscais brasileiros.
"Acabou esse assunto, da parte do Congresso sempre foi muito
difícil. E da parte do governo, parece que também não tem mais interesse, como
não tem interesse do Executivo e do Legislativo, as coisas não aparecem se não
existir algum patrocinador da ideia", afirmou Rodrigo Maia.
Reforma administrativa
Maia destacou que a redução do gasto público deve ser tratada como
prioridade no Congresso Nacional. Segundo ele, não adianta apenas simplificar o
sistema tributário se não aprovar a reforma administrativa e um novo pacto
federativo.
"As pessoas parecem que não compreenderam que vai ter que
ter uma reorganização nas despesas públicas. Não há retorno para a sociedade. É
um problema estrutural da economia brasileira, de falta de produtividade, de
serviços públicos ineficientes e caros e está afastando o capital privado do
País", disse Rodrigo Maia.
CPI da Lava Jato
Maia foi questionado sobre a instalação da Comissão Parlamentar de
Inquérito para investigar irregularidades da Operação Lava Jato, após as
denúncias publicadas pelo site The Intercept Brasil. A oposição
afirma que já conseguiu o número de assinaturas suficientes para instalar o
colegiado. Rodrigo Maia disse que ainda não analisou o pedido.
"Não vi ainda, tenho que ver o mérito. A CPI tem que ter
fato determinado e é isso que precisa ser analisado nas próximas semanas",
ponderou Maia.
Pacote anticrime
Maia também disse que o pacote anticrime deve ser votado ainda neste ano
pela Câmara. Segundo ele, a proposta vai ajudar no combate à corrupção e
auxiliar a investigação de crimes.
"Não é uma reforma do sistema penitenciário global, uma
reforma completa, mas são pontos que vão ajudar o trabalho da investigação do
ponto de vista penal ou corrupção", disse o presidente.(Agencia Câmara de Noticias).
Foto: Wenderson Araújo/Trilux/CNA