Senado endurece acesso ao prédio após invasão de 8 de janeiro

Em reação à invasão do dia 8 de janeiro, o Senado endureceu as regras de acesso e decidiu que apenas senadores e deputados federais poderão entrar no prédio sem passar por detectores de metal.

Antes, a dispensa também valia para servidores, funcionários, terceirizados e jornalistas credenciados. Agora, com exceção dos parlamentares, todos deverão passar pelos pórticos de raio-X.

O Senado já discutia mudanças no acesso ao prédio desde a descoberta de que dois acusados de tentar explodir uma bomba em Brasília haviam participado, dias antes, de uma audiência pública promovida pelo senador Eduardo Girão (Podemos-CE).

Após a descoberta do plano, em 24 de dezembro, a Casa decidiu restringir o acesso de visitantes e ampliar o uso do raio-X -com exceção de senadores. A medida, no entanto, era temporária, e só valia até a posse presidencial, em 1º de janeiro.

O ataque às sedes dos três Poderes -incluindo o Congresso-, no entanto, levou a Casa a tornar a medida permanente. Desde o episódio, a Polícia do Senado elabora um relatório de sugestões para corrigir pontos vulneráveis.

Reservadamente, policiais afirmam que há o temor de ações terroristas isoladas. Dizem, ainda, que a cobrança apenas do crachá era uma medida falha, já que alguém poderia entrar no prédio com a identificação de algum funcionário que tenha sido roubado ou perdido o objeto.

O ato foi assinado pelo ex-primeiro-secretário da Casa, senador Irajá (PSD-TO), mas também passou pela direção-geral do Senado e pelos demais membros da mesa diretora, incluindo o presidente. A mudança foi formalizada em 31 de janeiro, um dia antes da posse dos novos parlamentares.

Alba reabre trabalhos legislativos com a presença do governador

Com a presença do governador Jerônimo Rodrigues, a Assembleia Legislativa reabre os trabalhos legislativo nesta sexta-feira (3), às 9h, quando será feita pelo chefe do Executivo a leitura da sua primeira mensagem anual ao Parlamento, apontando prioridades e metas de governo a serem cumpridas até o fim do exercício ? bem como de programas que nortearão toda a sua gestão.

Investigações sobre Bolsonaro se afunilam no TSE e podem torná-lo inelegível

Ações na esfera do Tribunal Superior eleitoral (TSE) contra o ex-presidente Jair Bolsnaro criam grande expectativa para essa semana. As condutas do ex-mandatário da República no pleito de 2022 são contestadas por partidos, ex-candidatos e coligações em pelo menos 16 Ações de Investigação Judicial Eleitoral (Aijes).

As acusações são de abuso de poder econômico e político, além de uso indevido dos meios de comunicação social. Elas tramitam no TSE sob relatoria do corregedor-geral eleitoral, ministro Benedito Gonçalves. Algumas têm decisão liminar já proferida, mas todas ainda pendem de resolução do mérito.

Uma das principais oitivas do caso, por exemplo, está marcada para o dia 8 de fevereiro, com o depoimento do ex-ministro-chefe da Casa Civil Ciro Nogueira.

Data que marca um mês dos atos antidemocráticos que provocaram a destruição das sedes dos Três Poderes.

Ciro Nogueira vai falar como testemunha de Bolsonaro. O andamento faz parte de um esforço da Corte Eleitoral para julgar a ação que, no caso de condenação, pode deixar Bolsonaro inelegível por oito anos. O esforço dentro do TSE é para que Bolsonaro seja julgado até maio.

O ex-ministro das Relações Exteriores, Carlos França prestou depoimento no TSE, em 19 de dezembro de 2022 r após Nogueira será o número 2 a ser ouvido no caso, por meio de videoconferência, também em 8 de fevereiro.

Aliado a isso, as declarações do senador Marcos do Val (Podemos-ES) a respeito do suposto envolvimento de Bolsonaro, com participação do ex-deputado federal Daniel Silveira (PRB-RJ), em tentativa de golpe de Estado podem agravar a situação judicial do ex-presidente. O parlamentar, inclusive, foi ouvido na quinta-feira (2) pela Polícia Federal (PF) sobre o relato feito em redes sociais e entrevistas.

Além da investigação por suspeita de autoria intelectual nos atos golpistas de 8 de janeiro, conforme o Metrópoles, tramita contra Bolsonaro no TSE a minuta de golpe encontrada na casa do ex-ministro Anderson Torres, hoje preso. Em tempo, o ministro Alexandre de Moraes, um dos personagens mais atacados pelo bolsonarismo, é presidente da Corte.

O processo que avança na Corte Eleitoral refere-se à investigação sobre possível ocorrência de abuso de poder político e de uso indevido de meios de comunicação em decorrência do desvio de finalidade da reunião de Bolsonaro com embaixadores de países estrangeiros, a fim de favorecer sua candidatura à reeleição.

Na ocasião, Bolsonaro levantou suspeitas sobre as urnas eletrônicas, atacou o processo eleitoral, repetiu argumentos já desmentidos por órgãos oficiais diante da comunidade internacional.

Nesse mês, o vice-presidente da Corte Eleitoral, ministro Ricardo Lewandowski, vai se aposentar. Ele deixa o cargo, e Kássio Nunes Marques assume o posto. O temor é que Marques, indicado por Bolsonaro, peça vista da ação e trave o julgamento por tempo indeterminado.

Porém, diferentemente das ações que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF), os processos na Justiça Eleitoral independem de foro de prerrogativa ? ou seja, Bolsonaro não será julgado por instância inferior. Algumas dos processos que podem deixá-lo inelegível já estão em fase de oitivas, como o que ouviu o então ministro das Relações Exteriores, Carlos França, em 19 de dezembro.

As outras ações ainda em julgamento acumulam vídeos, provas, falas e testemunhas sobre a possibilidade de Bolsonaro ter usado o cargo que exercia em seu favor ? situação que gerou desequilíbrio na disputa eleitoral.

Adolfo Menezes beira a unanimidade em eleição na ALBA

Em uma demonstração de grande força política, o deputado estadual, Adolfo Menezes (PSD), foi reeleito para a presidência da Assembleia Legislativa da Bahia ? ALBA, com 61 votos dos 63 possíveis entre os parlamentares da Casa. ?Só tenho a agradecer. A Deus e aos meus pares no Parlamento pela vitória e pela confiança em mim depositada. Em 2021, na primeira eleição, tive 60 votos. Agora, aumentei mais um. Quero reconhecer também o meu respeito e toda a consideração ao meu adversário na disputa, o deputado estadual Hilton Coelho (PSOL) ? meu amigo. Vamos continuar trabalhando pela Bahia e pelos baianos?, prometeu o chefe do Legislativo baiano.

Para a 1ª Vice-presidência foi eleito o deputado Zé Raimundo (PT); para a 2ª, Marquinhos Viana; para a 3ª, Antônio Henrique Junior; para a 4ª, Laerte do Vando. Para a 1ª Secretaria, Marcelinho Veiga; Samuel Júnior para a 2ª; para a 3ª, Vitor Azevedo; e Zó na 4ª Secretaria.

A sessão foi conduzida pelo ex-presidente da ALBA, Nelson Leal (PP).

PERFIL

Por duas ocasiões governador em exercício da Bahia ? em 2021 e 2022 ? o deputado estadual Adolfo Menezes, 64 anos, é oriundo de uma tradicional família de Campo Formoso, município localizado no Centro-Norte da Bahia, onde tem atuação forte na política local. Seu pai, Pedro Gonzaga, e sua irmã Rose Menezes foram prefeitos da cidade. Ele próprio foi eleito prefeito em 2012.

Adolfo Emanuel Monteiro de Menezes é economista, casado com Denise de Menezes e tem dois filhos, Arthur e Caroline.

Antes de ingressar na Assembleia Legislativa, ocupou cargos de relevo na administração estadual, iniciando a trajetória na área parlamentar com dois mandatos consecutivos em sua terra natal entre 1993 e 2000. Contribuiu ativamente para a eleição do irmão, Herculano Menezes, que veio a falecer quando disputava a reeleição.

Na ALBA, Menezes chegou pela primeira vez em 2007, sendo reeleito sucessivamente. Atualmente cumpre o quinto mandato, tendo sido reconduzido para o período 2023/2007 com 107.747 votos – 1,36% dos válidos, o que bem demonstra o reconhecimento das comunidades que representa no Parlamento estadual.

Durante os quatro mandatos como deputado estadual, foi vice-líder do Bloco Parlamentar PDT/ PSC/PRP (2009); vice-líder da Bancada da Maioria Parlamentar (2009-2010); líder do PSD (2017- 2018); vice-líder do Bloco da Maioria (2019-2020). Ainda na ALBA, foi 1° vice-presidente da Mesa Diretora (2015-2017), oportunidade em que assumiu interinamente a presidência da Casa em três ocasiões.

Também participou ativamente das comissões técnicas da Assembleia. Presidiu as comissões de Direitos Humanos e Segurança Pública; Finanças, Orçamento, Fiscalização e Controle. Atuou como vice-presidente na comissão de Meio Ambiente, Seca e Recursos Hídricos. E foi membro titular das comissões de Constituição e Justiça; e Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia e Serviço Público. Participou ainda como suplente das comissões especiais para Reforma do Regimento; e da Ferrovia de Integração Oeste-Leste.

Antes de disputar e vencer a primeira eleição para a Assembleia Legislativa, atuou como secretário-assistente da vice-governadoria, 1980-82; assessor da Secretaria de Transportes, Departamento de Aviação-DAB, 1982-85; gerente da Agrobahia, Secretaria da Indústria, Comércio e Turismo, 1986-87 e diretor de 1988-89; e gerente da Secretaria da Indústria, Comércio e Turismo- SICT, 1990-92.