As eleições municipais de 2020 – finalizadas em novembro – reconfiguram as cadeiras da Assembleia Legislativa a partir de janeiro de 2021.
Dos dez deputados estaduais que postularam cargo majoritário em cidades
baianas, dois deles tiveram êxito nas urnas e, por conseguinte, suas vagas
serão preenchidas pela suplência na coligação que disputou votos em 2018. São
eles Zé Cocá (PP), que venceu a disputa em Jequié, e Jânio Natal (PL), que será
mais uma vez prefeito de Porto Seguro, onde governou de 2005 a 2008.
Assumem uma cadeira no Legislativo baiano Bira Corôa (PT) e
Pastor Ubaldino (PSD), da coligação que reuniu os seguintes partidos no último
pleito: PT / PMB / PSD / PR / PDT / PODE / PRP / PP / PSB / Avante. Corôa
obteve 43.743 votos e Ubaldino, 42.721. Ambos já exerceram três mandatos na
Casa, com atuação destacada nas três últimas legislaturas: 16ª (2007-2011), 17ª
(2011-2015) e 18ª (2015-2019).
Excetuando Fabíola Mansur (PSB), que foi candidata a
vice-prefeita na chapa encabeçada pelo PT na capital baiana, os outros
parlamentares concorreram a prefeito: Hilton Coelho (Psol) e Olívia Santana (PC
do B) disputaram a Prefeitura de Salvador; Eduardo Alencar (PSD), Simões Filho;
José de Arimateia (Republicanos), Feira de Santana; Mirela Macedo (PSD), Lauro
de Freitas; Osni Cardoso (PT), Serrinha; e Zé Raimundo (PT), Vitória da
Conquista.
Segundo estatística divulgada pelo TSE, a Bahia tem
10.893.320 eleitores aptos. Pouco mais de 800 mil eleitores “a maioria de
cidades que finalizaram a revisão após as eleições 2018 ” não realizaram a
revisão biométrica com a Justiça Eleitoral. Porém, puderam votar normalmente,
já que houve a suspensão dos efeitos do cancelamento, por conta da pandemia do
coronavírus.
Jânio Natal concorreu com mais cinco candidatos em Porto
Seguro, através de uma aliança com PL / Avante / PDT / Republicanos / DEM / MDB
/ PP / PSL / Solidariedade / Podemos. Prestes a completar 67 anos, saiu
vitorioso com 28.366 dos votos (41,17%) em um colégio eleitoral de 96.574
eleitores aptos a votar, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O
sufrágio registrou o comparecimento de 76.381 eleitores (79,09%), com 90,22% de
votos válidos, 2,68% de brancos e 7,10% de nulos. A abstenção foi de 20,91%.
Sua campanha recebeu do Fundo Partidário R$ 350 mil (R$ 200 mil do PL e R$ 150
mil do Podemos), além de uma doação dele mesmo no valor de R$ 20 mil.
Ao deixar o Parlamento para retornar ao cargo do Executivo
municipal, Jânio Natal diz sair com a certeza de que correspondeu à confiança
daqueles que o honraram com seus votos. “Fui um deputado atuante, apresentando
diversas proposições e defendendo os municípios que representei na Assembleia
Legislativa. Os próximos quatro anos, sei que serão de muita luta e muito
trabalho, principalmente porque a economia do município, baseada quase que
inteiramente no turismo, está devastada pela pandemia da Covid-19?, disse o
prefeito eleito, confiante de que fará o possível para melhorar a qualidade de
vida dos porto-segurenses, “com atenção especial às questões de saúde, educação
e geração de empregos e renda”.
Em Jequié, o progressista Zé Cocá, 44 anos, foi eleito com
38,29%, totalizando 30.301 votos. Ex-prefeito de Lafaiete Coutinho por dois
mandatos (2009-2012 e 2013-2016), o deputado reuniu uma composição com PP / PT
/ PSDB / Podemos / DEM / PV, que conquistou a preferência na disputa que
envolveu mais cinco candidatos. Segundo o TSE, o colégio de 112.141 eleitores teve
um comparecimento de 88.678 votantes (81,45%); não foram às urnas 20.197
eleitores (18,55%). A apuração registrou 89,24% de votos válidos, 2,78% de
votos em branco e 7,98% de nulos. A campanha de Cocá recebeu do Fundo
Partidário R$ 275,2 mil (R$ 163,2 mil do PP e R$ 112 mil do DEM), além de
doações de pessoas físicas que totalizaram R$ 10 mil.
O pepista se despediu do Legislativo estadual durante sessão
virtual extraordinária ocorrida no dia 28 de dezembro, quando recebeu o apoio
de diversos colegas da ALBA. “Tive o prazer de construir muitos amigos. Saio
dessa Casa maior do que entrei. Foi uma das grandes experiências de vida que eu
tive. Tenho o orgulho de dizer que onde fui, fiz minha parte: nas comissões, no
plenário. Volto para Jequié com a sensação de dever cumprido nessa Casa”,
afirmou. Ainda em seu discurso, dirigiu agradecimentos aos deputados pela
acolhida no Parlamento, bem como a sua equipe do gabinete. “Agradeço
principalmente a todo o povo da Bahia, em especial aos quase 60 mil eleitores que
depositaram o voto de confiança em mim”, disse.
SUPLENTES
Retornando à Casa, Carlos Ubaldino (PSD) destacou como será
sua atuação pelos próximos dois anos de mandato. “O nosso trabalho sempre foi
coeso, voltado para os mais carentes e para o povo. Vamos também atuar, com
prioridade, no combate à pandemia do coronavírus, pois está matando nossos
irmãos, sem distinção de raça, cor ou religião”, apontou.
“Aos meus 73 anos de idade, estou voltando ao mandato.
Votaremos sempre a favor daquilo que for ao encontro do interesses dos baianos,
e contra aqueles projetos que ferem os princípios cristãos. Hoje, volto com uma
estrutura melhor de experiência. Chego com o objetivo de estar junto dos meus
pares fazendo um trabalho sério e com o olhar voltado para a saúde”, afirmou o
pessedista, que ressalta sua experiência como deputado estadual por três
mandatos e como pastor em igrejas de cidades como Porto Seguro, Ribeira do
Pombal, Cruz das Almas, São Gonçalo dos Campos, Saúde e Salvador.
Bira Corôa (PT), por sua vez, afirma que chega para o novo
mandato com a mesma disposição com a qual esteve em exercícios anteriores no
Parlamento. “Vamos fazer nessa Casa uma representação digna daqueles que me
confiaram mais de 43 mil votos. Lutaremos por educação e saúde públicas de
qualidade. Estaremos no combate a todas as formas de discriminação, do racismo,
da homofobia, bem como em defesa das questões ambientais, do saneamento básico,
lutando contra os processos de privatização”, enumerou.
Nos últimos dois
anos, o petista ocupou o cargo de superintendente de Assuntos Parlamentares na
ALBA. Ao deixar o posto no Legislativo, Bira Corôa fez questão de agradecer ao
presidente Nelson Leal (PP), à Mesa Diretora, à bancada do PT e aos
colaboradores pela confiança e cooperação. “Essa parceria nos permitiu
desenvolver um trabalho importante para a Casa. Mesmo com a pandemia, a gente
conseguiu manter o funcionamento ativo da ALBA”, disse o deputado, que destacou
conquistas como o certificado e assinatura digitais, criação de mais de três
mil e-mails corporativos, votação remota, o Paper Less e o Proc Legis.
CASSAÇÃO
Além das vagas preenchidas com a eleição de Jânio Natal e Zé
Cocá, houve anteriormente na ALBA a posse de três novos mandatários, como
consequência de processos de cassação de deputados impetrados pelo TSE.
Josafá Marinho de Aguiar (Patriota) assumiu a vaga aberta
com a supressão do mandato de Pastor Tom (PSL), que deixou de informar filiação
partidária e exercício de mandato como vereador quando registrou sua
candidatura em 2018, apontou o Tribunal. Angelo Almeida (PSB) tomou posse na
cadeira ocupada pelo ex-líder da bancada da Minoria, Targino Machado (DEM), que
teve o mandato cassado pela Corte por, segundo acusação do Ministério Público
Eleitoral (MPE), oferecer consultas médicas gratuitas com fins eleitorais.
Já as últimas movimentações na Casa foram motivadas a partir
da cassação do mandato de Marcell Moraes (PSDB), acusado de atrelar sua imagem,
durante a pré-campanha, a atendimento veterinário gratuito (vacinação e
castração). Como consequência, a ALBA efetivou como deputado estadual o tucano
Tiago Correia e empossou ainda, como primeiro suplente, o radialista feirense
Carlos Geilson (Podemos). Correia – até então primeiro suplente da coligação
que disputou em 2018 (DEM/PRB/PV/PSDB) – cumpria o mandato na vaga de Leo
Prates (PDT), que se licenciou para assumir a pasta da Saúde na capital baiana.
Sua condição agora é herdada por Geilson, que ganhou um mandato parlamentar na
Casa.
BIRA CORÔA
Natural de Salvador e criado na cidade de Camaçari, o professor
de biologia Bira Corôa assume seu quarto mandato na ALBA aos 63 anos. Foi um
dos fundadores do PT em Camaçari, onde reside e tem sua principal base
eleitoral. Foi nesse importante município da Região Metropolitana de Salvador
(RMS) que começou sua trajetória, inicialmente na luta sindical com a origem do
atual Sindicato dos Professores de Camaçari (Sispec), e posteriormente
elegendo-se vereador do município, chegando a presidir a Câmara de Vereadores
local. No Legislativo estadual, aprofundou suas bandeiras na educação, cultura
e meio ambiente, assim como seu ativismo no movimento negro e em defesa dos
chamados povos e comunidades tradicionais, entre outras minorias. Esteve à
frente das comissões Especial da Promoção da Igualdade (2007, 2009 e 2010) e de
Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia e Serviço Público (2008); além de atuar
como titular e suplente desses e outros colegiados no decorrer das
legislaturas. Atualmente ocupa o cargo de superintendente de Assuntos
Parlamentares da ALBA, onde contribuiu com a modernização, informatização e
digitalização dos processos administrativos e legislativos da Casa,
implementados na gestão do presidente Nelson Leal (PP).
PASTOR UBALDINO
Aos 72 anos, o comerciante e pastor Carlos Ubaldino de
Santana (PSD) retorna ao Legislativo baiano para cumprir seu quarto mandato
parlamentar. Nas duas primeiras legislaturas, de 2007 a 2015, ele ocupou a
cadeira pelo PSC; já na eleição de 2014, ele foi eleito pelo PSD, e seguiu na
legenda para tentar a reeleição em 2018, ficando na suplência. Anos antes, foi
vereador em Olindina (1982-1984; 1985-1988) pelo então Partido Democrático
Social (PDS). Natural de Cipó, Ubaldino viveu a adolescência em Ribeira do
Pombal, onde concluiu o ginásio na Escola Joana Angélica (1963) e, o secundário
no Colégio Agrícola de Ribeira do Pombal (1967). Casado com Celina Santos de
Santana, com quem teve um casal de filhos, Débora e Carlos Ubaldino Filho, o
pastor formou-se em Teologia pela Escola Teológica das Assembleias de Deus do
Brasil (Esteadeb), no ano de 1992. De 1988 a 2006, ele liderou a congregação da
Igreja Assembleia de Deus em Olindina, onde foi proprietário, de 1978 a 1989,
de uma loja varejista chamada Comercial de Estivas Buril Ltda. Na Assembleia
Legislativa, o parlamentar foi vice-líder da Maioria (2007-2009; 2014;
2015-2018) e 3º vice-presidente da Mesa Diretora (2011-2013) – além de figurar
como 3º suplente da mesma, de 2007 a 2009. Foi, entre outros colegiados,
titular das comissões de Saúde e Saneamento (2007-2009); de Agricultura e
Política Rural (2009-2010, 2015-2018); de Educação, Cultura, Ciência e
Tecnologia e Serviço Público (2013-2018); e de Infraestrutura, Desenvolvimento
Econômico e Turismo (2013-2014). (Agencia Alba )
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