O governador da Bahia, Rui Costa, está numa agenda
propositiva frente aos impactos que o fechamento da montadora Ford impôs ao
estado. Nesta terça-feira (19), em Brasília, ele esteve nas embaixadas da
Índia, Coreia do Sul e do Japão para destacar a presença do parque
automobilístico disponível, a força de trabalho com expertise no setor e a
garantia de o Estado contribuir para que uma nova indústria se instale na
Bahia.
Com o embaixador da Índia, Suresh K. Reddy, ele iniciou a
corrida por novas negociações, que abarquem tanto o setor automotivo quanto
outros setores potenciais. A Índia possui uma indústria automobilística de
crescimento exponencial, com destaque para a empresa Tata Motors, hoje dona da
Jaguar e Land Rover, e para a Mahindra, que já possui atividade no Brasil, em
Porto Alegre.
Rui abriu o encontro com um convite direto. “Queremos
convidar as fabricantes indianas para conhecer a área antes ocupada pela Ford
para avaliar a possibilidade de instalação num dos maiores parques existentes
no Brasil, inclusive com porto exclusivo”, disse o governador a Reddy, que
respondeu ter interesse de que companhias indianas estejam no Brasil e na
Bahia, além de querer iniciar parcerias no campo tecnológico, área que a Índia
tem ampliado investimentos, assim como a Bahia.
A conversa com o embaixador do governo do Japão, Akira
Yamada, seguiu o mesmo viés. A indústria automotiva do país é composta por
grandes empresas, a exemplo da Nissan, Toyota e Honda.
Um dos integrantes da comitiva de Rui Costa, o presidente da
Fieb, Antônio Alban, destacou o algo a mais que a Bahia pode propiciar para
além de incentivo fiscal. A capacidade de formação de mão de obra, o centro de
tecnologia, que está entre os maiores do Brasil. “Queremos propiciar junto à
manufatura a tecnologia embarcada”, pontuou Alban.
A relação comercial também esteve sob a mesa de negociação
com o embaixador da Coreia do Sul, Kim Chan-Woo, que ficou impressionado com a
estrutura do Senai/Cimatec. O representante sul coreano assegurou difundir as
informações com o setor industrial de seu país. Ele citou o exemplo da Hyundai
no Brasil e a necessidade de uma menor burocratização para mais negócios com
este país.
Ao lado do governador, o presidente do Sindicato dos
Metalúrgicos de Camaçari, Júlio Bonfim, destacou a formação dos profissionais
baianos que buscam oportunidade, frente aos desligamentos da Ford. “As visitas
às embaixadas permitiram passar um pouco da qualificação técnica dos
profissionais, formados pelo Senai e escola técnica, e ainda apresentamos a
amplitude do complexo deixado pela Ford, o maior da América do Sul”.
Estiveram presentes em todas as agendas, acompanhando o
governador Rui Costa, o vice-governador, João Leão; o secretário do Trabalho,
Emprego, Renda e Esporte, Davidson Magalhães; o presidente da Federação das
Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), Antônio Alban; o diretor de Tecnologia e
Inovação do Senai Cimatec, Leone Peter Andrade; o presidente do Sindicato dos
Metalúrgicos de Camaçari, Júlio Bonfim; e o superintendente de Atração e
Desenvolvimento de Negócios da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE),
Paulo Guimarães. (Camila Peres – Secom-BA).
Foto: Carlos Prates/GOVBA