Rui chora em entrevista ao falar sobre pais que perdem filhos para coronavírus

O governador da Bahia, Rui Costa (PT), chorou na manhã desta
segunda-feira (1º) enquanto concedia uma entrevista ao vivo ao Jornal da Manhã,
da TV Bahia. A emoção dominou o chefe do Executivo em ao menos duas ocasiões
durante a atração. Na primeira delas, o governador criticava aglomerações
registradas no fim de semana em algumas cidades do interior do estado mesmo
diante das medidas restritivas para conter o avanço do novo coronavírus.

“Enquanto alguns acharem que podem ir pros bares, encher a
cara de cachaça, ir pra balada, ir pra festa, sem nenhum peso na consciência de
quantas pessoas estão morrendo, nós não vamos vencer essa doença [?] Nós temos
que nos perguntar: quantas vidas humanas a minha bebedeira vale? Quantas vidas
humanas eu vou ser responsável ao ir para um balada, uma festa em Teixeira [de
Freitas], em Prado, em Eunápolis?”, iniciou Rui Costa.

“Quantas vidas humanas serão necessárias pra justificar o
meu comportamento? ‘Ah, eu tenho direito individual de ficar bêbado, de encher
os bares, de ir para paredão no meio da rua’. O seu direito individual é
superior à dor de pais e mães que estão perdendo seus filhos”, questionou.

Em seguida, ao mencionar o caso de uma pai cuja filha
adolescente morreu por complicações da Covid-19, o governador não conteve as
lágrimas. “Acabei de ver um pai chorando, desesperado, perdeu a filha de 16
anos pra Covid. Então? é isso”, disse ele, interrompendo a própria fala.

Diante do monitor que mostrava o governador, o apresentador
Ricardo Ishmael fez uma pausa na entrevista, dizendo compreender a sua reação. “A gente entende aí a emoção do governador Rui Costa, que é, de certo modo, a
emoção de todos nós. Foram 320 vidas perdidas de sexta-feira até domingo. Eu
entendo perfeitamente, o senhor é pai. Eu imagino que o pai e a mãe se colocar
nesse momento se colocam nesse lugar de questionamento mesmo”, interveio o
jornalista

“Não é fácil, não. É duro você receber mensagens, as pessoas
lhe perguntam assim: ‘E o meu negócio? E a minha loja?’ O que é mais
importante? São 48 horas de uma loja funcionando ou vidas humanas? Desculpem?”,
indagou Rui Costa, desta vez com a voz embargada. (bahia.ba).

Foto: Divulgação

 

 

Tópicos