O golpe de
graça na presidente Dilma foi dado pelos números da pesquisa do Datafolha. A
partir de sua divulgação, não há hipótese de a Câmara dos Deputados aprovar as
medidas provisórias do aumento de impostos e da supressão de direitos
trabalhistas. Nem na bancada do PT registra-se unanimidade no apoio a esse
primeiro pacote do saco de maldades preparado pelo ministro Joaquim Levy. Caso
Dilma insista em amealhar votos para esse monstrengo e sua queda será maior
ainda. Investir contra o salário-desemprego, o abono salarial e as pensões das
viúvas equivalerá não apenas a novo desmentido nas promessas de campanha da
presidente reeleita, mas determinará desgaste fundamental nos quadros do PT.
Nem o mais
competente dos mágicos conseguiria, em outubro passado, imaginar a catástrofe
que se abateria sobre o governo e sua chefe. Com todo o respeito, Dilma está
hoje reduzida a frangalhos. No ministério, pior ainda. Não será o polêmico
Mangabeira Unger que salvará a equipe do naufrágio. Há quem especule que o
ministro da Fazenda não vai durar dois meses.
Junte-se ao
fracasso na tentativa de implantar o neoliberalismo na economia e, apesar da
força feita pela maioria dos veículos de comunicação, a conclusão será de que o
palácio do Planalto necessita encontrar outros rumos para tirar o país do
buraco. O segundo mandato começa sob a constatação de ser o governo [ruim de
serviço]. Não acerta, em sua tentativa de recuperação nacional, ainda mais às
vésperas da divulgação da lista do procurador-geral da República. Mesmo que
algum tucano possa estar envolvido como incurso na roubalheira da Petrobras, a
grande maioria será constituída de governistas. Melhor dizendo, de sabujos
incrustados na administração federal. Cada um que se defenda, buscando
comprovar inocência, mas a previsão é de condenações pelo Supremo Tribunal
Federal para os que detém mandatos. Mais as cassações. Quanto aos outros,
cairão nas malhas de tribunais variados ou na primeira instância da Justiça
Federal do Paraná, onde os espera esse espécie de guardião dos infernos, o cérebro
que vem sendo o juiz Moro.
Claro que
ficará pior ainda a imagem dos políticos, culpados ou não na lambança da
estatal petroleira, mas a principal desmoralização das instituições atingirá a
presidente e até seu criador. Porque o Lula já percebeu a dimensão do estrago
que está sendo o segundo mandato para suas pretensões de retornar em 2018.
Em suma, os
fatos estão desmentindo o Tiririca: fica pior, sim. Muito pior? (Diário do Poder)