O líder do centrão, Arthur Lira (PP-AL), já recebeu 50 novos
pedidos de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ou uma
peça a cada um dia e meio, aproximadamente – há menos de três meses, na
presidência da Câmara dos Deputados . A informação é do jornal Folha de S.
Paulo.
Segundo a publicação, houve um expressivo ganho de ritmo em
comparação com a gestão do ex-presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ), que tinha uma
média de uma ação nova a cada 11 dias – foram
66 ao todo.
O crescimento neste ano ocorreu em meio ao desgaste
acentuado de Bolsonaro diante do auge da pandemia da Covid-19 – além da maior
crise militar desde 1977, com a troca da cúpula das Forças Armadas.
Apesar da aceleração dos pedidos na gestão Lira, o resultado
concreto deve ser o mesmo do registrado durante a administração de Maia: a
análise eterna.
Escritos e protocolados por pessoas das mais diversas
regiões, os pedidos de impeachment contra Bolsonaro envolvem argumentos
diversos: de ações e omissões de Bolsonaro no combate à Covid até a celebração
da data do golpe militar de 1964.
No fim de março, em meio às divergências de gestão da
pandemia, Lira chegou a subir o tom contra o governo e afirmar que, se não
houvesse correção de rumo, a crise poderia resultar em “remédios políticos
amargos” a serem usados pelo Congresso, alguns deles “fatais”.
O atual presidente da Câmara, no entanto, já sinalizou em
diversas ocasiões que não pretende dar encaminhamento aos 116 pedidos que se
avolumam. Mais de uma vez, usou o fato de Maia não ter dado andamento às ações
como justificativa para manter os processos intocados.
Ele também indicou que, com a pandemia, não há clima para
abrir um processo de impeachment contra Bolsonaro – o mesmo argumento que usa
para desencorajar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Câmara. (Bahia.ba).
(Foto: Marcos Brandão/ Senado Federal)