O Brasil tem condições de ter um segundo semestre favorável
para a economia, afirmou o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, a jornalistas na
tarde de segunda-feira, 1, na sede do Fundo Monetário Internacional. [Eu acho
que, se nós tomarmos as providências necessárias com rapidez, temos bastante
chance de ver um segundo semestre favorável para a economia], disse em rápida
entrevista.
[No momento, temos de começar a focar cada vez mais em
reformas do lado da oferta], afirmou. [Durante um tempo, se achou que bastava
apoiar a demanda, dar incentivos. Ficou evidente que isso não está mais nos
levando para a frente], completou, destacando a necessidade de ter os preços no
[lugar certo], além de mudanças nos impostos, citando o PIS/Cofins, entre
outros tributos.
[Tem toda uma discussão muito importante com todos os
governadores na questão do ICMS. O ICMS é hoje uma trava do crescimento. Não
traz dinheiro suficiente para os governadores e faz as empresas não quererem
investir], disse. [Nós temos de transformar isso, colocar o ICMS de uma maneira
que ajude os Estados.]
Questionado sobre as razões de os economistas não estarem
tão otimistas com o setor privado, como mostrado na nova revisão para baixo nas
previsões de crescimento do PIB no Boletim Focus, do Banco Central, Levy
afirmou que há um período de “mergulho” e depois começa a
[recuperação].
[Talvez, em parte, algumas das discussões (do ajuste fiscal)
tenham demorado um pouquinho mais do que o previsto inicialmente e isso tenha
levado a essa atualização do mercado], disse ele, citando as discussões no
Congresso e em outros lugares sobre o ajuste fiscal. [O importante é a gente
continuar avançando, o governo está se dedicando para anunciar as coisas que
têm de ser anunciadas.
Fôlego
O ministro citou ainda a nova rodada de concessões que a
presidente Dilma Rousseff deve anunciar nesta semana e ressaltou também que
deve ser divulgado o novo plano de safra do governo, que será [muito robusto] e
em um [volume muito significativo]. [Acho que tudo isso vai dando a direção e o
fôlego para a nossa economia passar esta fase de travessia.]
Levy ressaltou também a importância de o setor privado
entender que o País passa por um momento de transição. Toda a América Latina,
afirmou, está tendo novos desafios e o Brasil tem tudo para sair na frente.
Levy teve na segunda-feira um encontro fechado com o
secretário de Tesouro dos Estados Unidos, Jacob Lew. Segundo o ministro, um dos
temas tratados foi a visita da presidente Dilma Rousseff aos Estados Unidos, no
final do mês. [Há uma grande expectativa sobre a visita], disse. Outro tema foi
o investimento e o financiamento em infraestrutura, que também é um desafio
para os americanos, ressaltou.(AE)