“Sentimos saudade de certos momentos da nossa vida e de certos momentos de pessoas que passaram por ela”

ELISEU CABRAL LEAL, nasceu em
01 de novembro de 1938, em Gandu, de família evangélica, filho de Juvêncio
Lobão Leal (Juvêncio da Farmácia) e Dona Minervina Cabral Leal (Dona Pombinha),
fez sua estreia na política como vereador eleito em 1958, para fazer parte da
primeira Câmara de Vereadores da cidade recém emancipada. Em 1966, aos 28 anos,
foi eleito prefeito de Gandu, licenciando-se do cargo para candidatar-se a
deputado estadual em 1970, no último ano do mandato (àquela época, as eleições
não eram realizadas de 2 em 2 anos, eram unificadas). Sendo eleito em 1970 e
tomando posse como deputado em 1971, sendo eleito prefeito novamente em 1976,
assumindo em 1977 e governado até a data trágica.

No dia 01 de setembro de
1980, exatamente 43 anos atrás, era assassinado na sinaleira de Ondina,
Salvador, o prefeito de Gandu, Eliseu Cabral Leal. Deixando viúva a Sra.
Iracene Leite Leal e dois filhos: Soraia e Nelson Leite Leal. Vereador,
prefeito, deputado estadual, prefeito novamente, ELISEU CABRAL LEAL foi o maior
administrador da história de Gandu. Hoje, quando vemos administradores que se
autointitulam grandes administradores, não conhecem a história da nossa cidade.

Nenhum prefeito após ele ou
antes dele, teve 50% do seu desempenho como administrador. Abriu bairros,
calçou ruas, inaugurou hospital, matadouro, fez a entrada da cidade, fez o Lago
Azul. No seu segundo mandato, fez uma maquete para estender o lago até a
entrada do bairro 2 de julho, não iriam existir residências no hoje denominado
Parque Turístico (Turístico de que?). Áreas de recreação, academias etc, era o
que constavam no projeto. Mas após a sua morte, foi feita criminosamente, uma
distribuição de lotes para construção de residências de maneira irresponsável
pelos seus sucessores, que não respeitaram a sua memória.

Ele preparou Gandu para o
futuro. Nossa cidade foi escolhida pela revista O CRUZEIRO, a de maior
circulação nacional à época, como a MAIS ASSEADA DO BRASIL. Se não fosse a
visão de administrador e homem público de Eliseu, a nossa cidade, com todo
respeito, seria mais uma Ibirapitanga da vida, pois o traçado da BR-101 não
iria passar por onde passa hoje, na nossa porta. Não seria somente Gandu
prejudicada, seriam Wenceslau Guimarães, Teolândia, Tancredo? todas elas
ficariam isoladas, distantes por três, quatro quilômetros? seriam todas,
cidadezinhas. Se em Gandu sua memória não é reverenciada, façamos ideia nas
outras citadas, tinham como obrigação, na entrada principal, na avenida da
chegada, o seu nome constar: Avenida Eliseu Leal.

O Ministério dos Transportes
alegava e com razão, para passar o traçado da BR-101 por Gandu e por outras
cidades e lugarejos, iria onerar e muito, pois precisariam ser construídos dois
viadutos, enquanto no traçado original, três, quatro quilômetros fora da cidade
não haveria a necessidade. Ele usou o seu prestígio pessoal e político, chegou
a trazer à nossa cidade o Ministro dos Transportes Mário Andreazza (a entrada
da cidade chama-se Mário Andreazza) e com muita paciência e prestígio,
conseguiu o OK do Ministro, mudando o traçado (voltamos a afirmar: sabemos da
história como foi conseguido que o ministro assinasse, aguardem nosso livro,
com prefácios dos Drs. Humberto Brito Almeida e Edinaldo Bispo dos Santos).

Vamos parar e raciocinarmos,
façamos ideia se a BR-101, passasse fora do traçado que existe hoje, como seria
a nossa querida e amada Gandu? Não seriamos nada, uma cidadezinha escondida
como tantas existentes por aí afora. Nosso comércio hoje pujante, praticamente
não existiria. Bancos, um e olhe lá. Não existiriam os bairros que existem
hoje. Nossa população seria diminuta. Para termos uma ideia, a população de
Ibirapitanga em 2010 era de 22.598 habitantes. Doze anos depois, 2022, o último
Censo, 25.341 anos. Em 12 anos, pouco mais de 2.500 habitantes.

Outro exemplo: Ibirataia que
também não é beneficiada com a BR-101. População em 2010 os habitantes eram em
número de 18.983. No Censo de 2022, 12 anos depois, a população encolheu para
18.792. Em doze anos encolheu. Estamos citando apenas um dos itens do prejuízo
da nossa cidade. Não existiria prefeito que a deixasse como hoje, vibrante,
comércio invejável, movimentação bancária inigualável, firmas de compras de
cacau, supermercados, lojas de renome nacionalmente instaladas na cidade? tudo
isso, graças à BR-101, que Eliseu conseguiu mudar o seu traçado e passar pela
nossa porta, transformando a entrada de Gandu, como uma das mais bonitas e
atraentes da Bahia.

A juventude de Gandu tem que
conhecer a história deste que reputamos o maior de todos os prefeitos da
história de Gandu e que os jovens de hoje, que vão nos governar no futuro, se
espelhem em Eliseu Leal, ao seu amor incomensurável por esta terra. Temos certeza
que ele amava mais a sua cidade, ao seu povo, do que a própria família. Se ele
não tivesse desaparecido tragicamente, Gandu hoje seria a maior cidade de todo
baixo sul, pois ele preparava-se para assumir a prefeitura de Salvador (seria
nomeado prefeito da nossa capital, pois naquela época não havia eleição para as
capitais, eram nomeados pelos governadores) e o governador à época Antonio
Carlos Magalhães, já o havia convidado para assumir os destinos da capital, em
virtude das suas divergências com Mário Kertész, levando-o a adquirir uma
mansão no Jardim Armação. De prefeito de Salvador para Governador do estado,
seria um pulo.

Fomos seu secretário de
Administração com muita honra, com muito orgulho e colocamos em nosso currículo
como o mais importante cargo que assumimos, pois uma coisa é ser secretário de
um administrador, um homem de visão, um homem que via o futuro como se fosse
hoje. Outra, é você ser secretário de prefeito normal.

Com o seu desaparecimento
prematuro, assumiu o cargo de prefeito, o vice Almir Ramos Carneiro, concluindo
o seu mandato que havia sido prorrogado juntamente com todos os prefeitos do
Brasil até 1982 pelo governo federal.

Era considerado o maior líder
da região. Prefeitos vinham à Gandu, consultá-lo. Reverenciá-lo, pedir
orientações, enfim, era um verdadeiro professor na arte de administrar.

Que saudades? “A ARTE DA
ADMINISTRAÇÃO, NÃO SE LIMITA APENAS EM SER UM ÓTIMO GESTOR, MAS TAMBÉM UM
EXCELENTE LÍDER?” (Zebrão)

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(ANTONIO CARLOS FARIAS NUNES
é Bacharel em Administração, Bacharelando em Ciências Políticas, ex-Professor
de História da Filosofia no Colégio Castro Alves, em Gandu; ex-Professor de
OSPB e EMC da Escola de 2º. Grau Eliseu Leal, em Gandu. Ex-funcionário dos
Bancos BANEB e Brasil em Gandu, Itabuna e Una; Fundador e ex-presidente da Liga
Ganduense de Futebol; Fundador e ex-presidente da União dos Vices Prefeitos da
Bahia; Ex assessor dos deputados Osvaldo Souza, Nestor Duarte e Félix Mendonça;
Ex-Vice prefeito; ex-prefeito de Gandu e ex-presidente da AMURC)

www.blogdozebrao.com.br/v1/2023/09/01/opiniao-de-zebrao-01-de-setembro-de-1980-01-de-setembro-de-2023-gandu-43-anos-sem-eliseu-leal/

Foto: Divulgação

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