O ministro da Fazenda, Joaquim
Levy, deu aval para que parlamentares da base aliada deflagrassem a articulação
política de mudança da meta de superávit primário das contas públicas. Ele
indicou a senadores que concorda com uma redução da meta dos atuais 1,1 para
0,6 .
A expectativa é de que Levy já dê
uma primeira sinalização do quadro desafiador para o cumprimento fiscal durante
o lançamento amanhã (23) de livro sobre a qualidade do gasto público. Levy dará
uma entrevista coletiva depois do lançamento.
Levy almoçou hoje com o senador
Romero Jucá (PMDB-RR) para definir a estratégia de negociação com o Congresso
Nacional. Romero foi incumbido pelo líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira
(CE), para ajudar na criação das condições políticas a fim de alterar a meta.
Levy vai se encontrar nos próximos com o líder do governo do Senado, Delcídio
Amaral (PT-MS).
A mudança da meta de 2015 terá
que ser aprovada pelos parlamentares e o governo busca que esse processo seja o
menos traumático possível diante do risco de rebaixamento da nota do Brasil
pelas agências internacionais de classificação de risco. Levy tem procurado
apoios, conforme revelou o Broadcast na semana passada, das agências para fazer
a mudança.
A intenção dos parlamentares
envolvidos na negociação é tentar mudar a meta o quanto antes, de preferência
já em agosto para minimizar o custo político e economia da mudança. “A
gente vai ajudá-lo”, admitiu, reservadamente, um senador da base. [O mercado
aceita o superávit de 0,6 ], disse outro senador. A avaliação é de que é melhor
ter uma margem de manobra – com uma meta conservadora, mas com condições de
cumpri-la – do que uma meta não factível.
Com mais um resultado negativo
das contas do governo em maio, que será divulgado no final do mês, a equipe do
ministro discute a melhor forma de comunicar a alteração da meta.
Levy e os secretários do Tesouro
Nacional Marcelo Saintive, e da Receita Federal, Jorge Rachid, preparam essa
sinalização sobre a situação fiscal diante do quadro de queda da arrecadação de
tributos por conta da atividade econômica. A estratégia do trio é mostrar as
dificuldades impostas pelo cenário atual e o esforço de correção da política
fiscal. (AE)
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