Após o deputado estadual Fabrício
Falcão (PCdoB) ser limado da disputa para a vaga de conselheiro do Tribunal de
Contas dos Municípios (TCM), o PCdoB divulgou uma nota de repúdio a ação e
comunicou que não participará da votação sobre o cargo na Assembleia
Legislativa da Bahia (Alba), previsto para acontecer na próxima terça-feira
(5), após sabatina dos candidatos na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
“Diante de tais acontecimentos e
resguardando nossa autonomia política, definimos por não comparecer para votar
no dia da eleição do conselheiro na Assembleia Legislativa, deixando claro
publicamente que não aceitamos a postura desrespeitosa a que fomos submetidos.
E mais adiante, vamos examinar melhor o caso na direção do partido para tirar
as devidas consequências”, diz nota da sigla, nesta quarta-feira (28).
Falcão contava apenas com dois
caminhos para viabilizar a sua candidatura à vaga: ser indicado pela Mesa
Diretora ou com o aval direto do presidente da Casa. Em nenhum desses, o
comunista obteve êxito, o que deixou o parlamentar fora da disputa. A Mesa Diretora,
por sua vez, se reuniria na terça-feira (27), mas apenas quatro parlamentares
compareceram ao encontro, incluindo o presidente da Casa, Adolfo Menezes (PSD).
Aliado de primeira hora do
governo petista na Bahia, a legenda afirmou que a inviabilização da candidatura
do correligionário marca uma ruptura do acordo proposto pela gestão estadual.
As inscrições para a cadeira deixada pelo conselheiro Fernando Vitta, em
dezembro, encerram ontem.
“Como se sabe, o PCdoB indicou o
respeitado deputado Fabrício Falcão para participar do processo de eleição do
Conselheiro do TCM na Assembleia Legislativa. Ele reúne as qualidades técnicas,
políticas e profissionais para a ocupação da vaga, já que tem vasta experiência
parlamentar e formação acadêmica. A apresentação também foi decorrente de um
compromisso do governo em torno da indicação de um quadro do PCdoB, depois de
na eleição anterior, na qual o deputado Fabricio também era candidato, a
candidatura foi retirada para atender um apelo para o apoio a Aline Peixoto”,
diz um trecho do comunicado.
O ato foi interpretado pela sigla
como “um verdadeiro rolo compressor” da base governistas, em prol da
candidatura do deputado Paulo Rangel (PT), que contou com 32 assinaturas para a
inscrição. A nota ainda pontua que a “ação é absolutamente injustificável”.
“Não somente foi ignorado o
acerto em torno da indicação desta vaga, como foi montada uma operação – um
verdadeiro rolo compressor – de inviabilização até mesmo da inscrição para a
disputa na Assembleia, não permitindo nem o direito democrático do deputado
candidatar-se – uma ação absolutamente injustificável, quando se trata de
impedir a qualquer custo o protagonismo de um aliado histórico do PT desde
2006, ano em que derrotamos o carlismo na Bahia”, destaca.
Além de Rangel, o cargo conta
também com a inscrição do ex-presidente da Casa, Marcelo Nilo (Republicanos),
indicado pelo grupo de oposição. (Gabriela ARaujo – bahia.ba).
Foto: Jogre Jesus/bahia.ba