Legislativo concede Título de cidadã baiana para Luiza Trajano

Na manhã de ontem quinta-feira (23),
a Assembleia Legislativa da Bahia outorgou o Título de Cidadã Baiana à
empresária Luiza Trajano, presidente do Conselho do Grupo Magazine Luiza e do
Grupo Mulheres do Brasil. A homenagem, que ocorreu em sessão especial na Casa,
foi proposta pela deputada Ludmilla Fiscina (PV).

Coordenada pela proponente da
honraria, a cerimônia teve mesa composta pela presidente da Comissão dos
Direitos da Mulher, Soane Galvão (PSB); pelas deputadas Fabíola Mansur (PSB),
procuradora especial da Mulher, e Olívia Santana (PC do B); pela líder do Grupo
Mulheres do Brasil em Salvador, Isabela Guimarães; secretária estadual em
exercício de Políticas para as Mulheres (SPM), Aldinha Sena; pela defensora
pública Mônica Aragão, pela vice-presidente da Fieb, Renata Lomanto Carneiro; e
o prefeito de Alagoinhas, Joaquim Neto.

No evento, Ludmila Fiscina
manifestou “imensa alegria” pela homenagem a Luiza Trajano, “um diferencial de
liderança para todas as mulheres, sobretudo à frente do Grupo Mulheres do
Brasil”. A deputada elogiou atuação da empresária nas questões sociais, desde a
implantação de cotas para negros na empresa, ao papel importante nos momentos
difíceis da Covid-19, ajudando mais de 300 municípios baianos. “É alguém que
estimula as mulheres para serem empreendedoras, trabalha na área de educação,
na área social”, afirmou.

Segundo a parlamentar, o objetivo
com a concessão do Título de Cidadã Baiana à empresária é promover, cada vez
mais, o fortalecimento de todas as mulheres, que se espelham na liderança de
Luiza Trajano. “Eu acompanho a trajetória dela. E ela sempre diz que não pode
ser somente uma estrela, mas várias. Não pode ser só uma liderança, mas várias.
Eu, por exemplo, que estou deputada estadual, tenho que ser espelho para outras
mulheres, para que a gente possa fortalecê-las”, afirmou.

Também as deputadas Soane Galvão,
Fabíola Mansur e Olívia Santana parabenizaram Ludmilla pela iniciativa e
teceram elogios à nova baiana. Para Soane, o título é uma maneira de a Bahia
expressar, formalmente, a gratidão pelo que Luiza representa, “pela história,
legado, palavras e pelos projetos que transformam vidas e promovem o
engrandecimento de nosso estado, da nossa nação”.

Já Fabíola Mansur deu boas-vindas
à agora conterrânea das quatro grandes heroínas baianas, Maria Quitéria, Maria
Felipa, Joana Angélica e Luiza Mahin, e ressaltou o exemplo da empresária
inspirando e unindo as mulheres em todo o Brasil. “Não podemos ser separadas
por partidos políticos, por nossas identidades de gênero, por nossas
orientações sexuais, por nossa religião, por nossa raça, por nossa etnia. Nós
temos que defender todas as mulheres”, disse.

RECONHECIMENTO

A homenagem, segundo a
parlamentar, é um reconhecimento pelo trabalho de Luiza na Bahia. “A gente vê
uma mulher de sucesso, empreendedora que tem tudo, mas que olha pra trás, para
sua história e quer defender igualdade de gênero, a igualdade de oportunidades?,
disse, desejando longa vida a Luiza, ?para que possa continuar defendendo as
pautas femininas que são civilizatórias e emancipatórias”.

Por sua vez, Olívia destacou a
luta e o mérito da empresária conquistando uma importante posição política
diante do mundo. “Por isso suas empresas têm programas de diversidade de gênero
e racial, e a gente quer que a mulher entre nos espaços mais valorizados do
poder. Uma homenagem justa, para quem nunca abre mão de inovar, não só
tecnologicamente, e tem a capacidade de reconhecer a questão social do Brasil”.

Único homem a fazer parte da
mesa, o prefeito de Alagoinhas e marido da deputada Ludmilla Fiscina, Joaquim
Neto confessou-se um machista em desconstrução, cuja relação com a deputada “rejuvenesceu minha maneira de fazer política, de respeitar as mulheres?. O
gestor fez questão de participar do ato para conhecer a homenageada, ?porque a
gente tem que se inspirar nas pessoas que deram certo sendo humanas, que deram
emprego e renda à nossa população e vontade de soerguer e crescer”, afirmou.

Para a líder do Grupo Mulheres do
Brasil, Isabel Guimarães, ter Luiza Trajano como conterrânea é motivo de honra
e alegria. “Nós, baianas e baianos, lhe abraçamos e agradecemos por tudo o que
você simboliza”, afirmou, destacando o projeto Unidos pela Vacina, na Bahia,
alcançou 333 municípios baianos e mais de 4 mil municípios brasileiros, com
equipamentos e insumos para acelerar a vacinação contra a Covid-19.

“Asim conseguimos alcançar os
resultados esperados. Nós mulheres temos muitos sonhos e você nos dá esperança
de transformar. Que você possa inspirar empresários, empresárias, classe
política, instituições públicas e privadas, homens e mulheres e demais entidades
de gênero, a terem a mesma sensibilidade e possam despertar para sonhar”,
colocou.

Representando o Governo do
Estado, Aldinha Sena, secretária em exercício de Política para as Mulheres,
revelou-se encantada com o trabalho do Grupo Mulheres do Brasil, e trouxe
citações das escritoras Conceição Evaristo e Bel Hooks que, segundo ela, trazem
a essência de Luiza Trajano. A primeira fala sobre a “escrevivência”, a
história das ancestrais “que faz a gente chegar aqui e trazer essas
experiências para novas mulheres”, e a segunda, da transformação da sociedade
por meio do amor e da ação, mudando a vida das pessoas. (Agencia Alba).

Foto: Juliana Andrade/Agencia / Alba

 

?Quando ela escreve isso, ela
está traçando a vida de Luiza Trajano, que é uma mulher que transformou sua
capacidade empreendedora, sua capacidade transformadora, em amor para com
outras pessoas, para com outras mulheres, e nós baianas agradecemos de coração
esse seu papel transformador, multiplicador de mulheres felizes?, comparou.

TRAJETÓRIA

Depois de receber a honraria,
Luíza Trajano agradeceu o carinho recebido, revelou ter um avô baiano, de
Jequié, e falou da sua trajetória como empresária, de quando teve contato com a
política de cotas, numa empresa estabelecida e de sucesso. ?Nunca tínhamos
olhado para o deficiente, uma empresa que se diz humana, legal, que está entre
as melhores, nunca olhou cotas. Daquele dia, a gente começou a levar a sério
cota pra deficiente e comecei a entender que a cota é um processo transitório
para acertar uma desigualdade?, relatou.

Com relação à política da
empresa, Luiza destacou a geração de emprego como meta principal. ?Depois da
saúde, o emprego gera dignidade, tira de quase 400 anos de escravidão, que é
uma marca muito séria, que a gente não deve esquecer?, considerou.

A empresária reforçou os valores
adquiridos desde a infância, tendo ?trabalho? e ?solução? como lemas. ?Muito
cedo assumi a companhia, nunca larguei de ser eu, de ser mulher, de chorar, de
falar que não sabia, e de enfrentar. Quando, numa reunião em que eles não me
davam bola, eu sempre me posicionava, como faço até hoje?, contou.

Nascida em Franca, limite entre
São Paulo e Minas Gerais, ela garante não ter perdido sua essência de
interiorana, lembrando que começou a trabalhar aos 12 anos. Mesmo com o sucesso
da empresa e considerada uma das 100 principais líderes brasileiras no mundo
não se envaidece. ?Nós vivemos do consumidor final, é ele quem paga tudo, não
tenho o direito de ser metida?, afirmou.

Segundo Luiza, o maior desafio
para uma empresa criada com o propósito, é crescer e não perder os valores.
Entre os cinco valores inegociáveis, ela cita a discriminação de qualquer
natureza que resulta em demissão por justa causa.

MULHERES DO BRASIL

Orgulhosa ao referir-se ao Grupo
Mulheres do Brasil que vem trabalhando desde a pandemia, Luiza Trajano continua
acreditando nas políticas públicas para mudar o Brasil.

 

Com relação à política
partidária, ela comentou a reação das pessoas a depender das suas posições.
Quando luta pela cesta básica, é considerada de esquerda; e quando é a favor de
alguma privatização, é chamada de direita. Em sua empresa não aconselha voto,
nem revela em quem vai votar. ?A Democracia é a minha base, as pessoas têm o
direito de ser o que são?.

Para a recém-baiana, a homenagem
significa mais responsabilidade, porém ela afirmou que não tem medo ?de
responsabilidade, não tenho medo de gritar e de falar o que eu sinto, mesmo se
fizerem boicote ao Magazine Luiza, como eu enfrentei na época do training para
negros. A gente vai continuar lutando juntos, pra fazer o Brasil de hoje!?.

 

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