AVIÃO CAIU POR FALTA DE COMBUST͍VEL, DIZ AERONÁUTICA COLOMBIANA

As autoridades colombianas apresentaram na noite dessa
quarta-feira, 30, em Medellín as primeiras conclusões sobre o acidente aéreo do
voo que transportava a Chapecoense até a cidade para jogo contra o Atlético
Nacional, pela final da Copa Sul-Americana. Segundo o Secretário Nacional de
Segurança Aérea da Colômbia, Freddy Bonilla, a aeronave da companhia boliviana
LaMia estava sem combustível no momento do choque, o que indica a possibilidade
de ter existido nos instantes anteriores uma pane elétrica.

[Podemos afirmar claramente que o avião não tinha
combustível no momento do impacto. Uma das hipóteses com que trabalhamos é que
como a aeronave não tinha combustível, os motores se apagaram e houve pane
elétrica], disse Bonilla em entrevista coletiva no aeroporto Olaya Herrera, no
centro da cidade.

O avião que transportava a delegação da Chapecoense caiu
entre as cidades de La Ceja e La Unión, na região metropolitana de Medellín,
capital do departamento de Antioquia. As investigações preliminares foram
apresentadas pela primeira vez nesta quarta-feira, logo depois do vazamento de
conversas de áudio entre o piloto do avião e a torre de controle do aeroporto
José Maria Cordóva mostrarem um diálogo desesperado para pousar o quanto antes,
já que os tanques estavam vazios.

De acordo com Bonilla, a ausência de combustível é uma
desobediência grave às regras do transporte de passageiros. [Qualquer aeronave
no mundo precisa ter no mínimo uma quantidade extra de reserva para aguentar 30
minutos além do tempo previsto de voo, e ainda mais 5 minutos ou 5 da
distância, para que assim se tenha uma segurança. Vamos investigar para saber
por que a tripulação não contava com combustível suficiente], explicou.

Os órgãos colombianos confirmaram que o voo fretado saiu de
Santa Cruz de la Sierra com destino a Medellín sem previsão para escalas. O
tempo do deslocamento seria de 4h, porém a queda se deu antes de se chegar a
esse prazo. O avião se chocou com uma montanha a uma altitude de 2,2 mil acima
do nível do mar, em velocidade aproximada de 250 km/h.

O secretário desmentiu um boato que circulava na Colômbia
sobre o voo da Chapecoense ter ficado no ar para ter que aguardar a liberação
da pista. Segundo ele, minutos antes da aproximação da aeronave com a equipe
catarinense, a pista teve, sim, de receber o pouso de emergência de um voo que
saiu de San Andrés, ilha colombiana no Caribe, com destino a Bogotá. Porém, de
acordo com Bonilla, isso não fez com que a viagem do time de futebol fosse
afetada.

[Às 9h41 da noite o voo da Chapecoense foi autorizado a se
aproximar. Às 9h52 o avião que vinha de San Andrés e estava sem combustível,
pousou na pista, após desviar seu destino. Nesse mesmo instante o voo da
companhia aérea LaMia comunicou a situação de emergência], explicou. Quatro
minutos antes desse pedido de socorro, o piloto boliviano solicitou prioridade
na pista. (Diário do Poder)

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