O empresário Marcelo Odebrecht revelou, em delação premiada,
que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governador de Minas Gerais,
Fernando Pimentel (PT-MG), [atuaram politicamente], em lobby para viabilizar a
contratação do grupo para obras no Porto de Mariel, em Cuba.
O depoimento de Odebrecht, complementado por delações do
patriarca do grupo, Emilio, e do diretor João Carlos Mariz Nogueira, foi
encaminhado ao ministro relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal
Federal, Edson Fachin, que reconheceu incompetência para apreciar o caso e
autorizou o encaminhamento dos depoimentos à Procuradoria da República do
Distrito Federal.
A revelação de Odebrecht reforça a acusação a Lula,
investigado por tráfico internacional de influência envolvendo a serviço da
Odebrecht. O empreendimento foi orçado em US$ 957 milhões – dos quais US$ 682
milhões saíram do BNDES. O julgamento de ação envolvendo o caso está sob
competência do juiz federal Marcelo Rebello Pinheiro, da 16ª Vara Federal/DF.
[Segundo o Ministério Público, os colaboradores apontam a
atuação de agentes públicos para auxiliar o financiamento e a execução de obras
em Cuba pelo Grupo Odebrecht. Marcelo Bahia Odebrecht teria narrado a atuação
política de Fernando Pimentel e Luiz Inácio Lula da Silva a fim de que fossem
viabilizadas as obras da companhia no Porto de Mariel em Cuba, informações que
teriam sido complementadas por João Carlos Mariz Nogueira e Emílio Alves
Odebrecht], anotou Fachin. Acolhendo solicitação da Procuradoria-Geral da
República, o ministro manteve sigilo dos termos dos autos. (Diário do Poder)
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