COMISSÃO ESPECIAL DEVERÁ ENCERRAR DISCUSSÃO DA REFORMA DA PREVIDÊNCIA NA TERÇA-FEIRA

A Comissão Especial da Reforma da Previdência (PEC 287/16)
adiou para a semana que vem o final da discussão do relatório do deputado
Arthur Oliveira Maia (PPS-BA).

O presidente da comissão, deputado Carlos Marun (PMDB-MS),
disse que pretende terminar a lista de inscritos na terça-feira (2) e votar o
substitutivo até quinta-feira (4).

Marun justificou o adiamento da discussão desta quinta-feira
(27), quando não houve quórum para os debates, pela votação da reforma
trabalhista no Plenário da Câmara, que se estendeu até a madrugada de hoje.
Ele  afirmou também que [o Plenário da
Câmara estará mais tranquilo nos próximos dias, o que vai permitir uma maior
concentração de deputados na comissão especial].

Placar no Plenário

O pemedebista disse que o placar da votação da reforma
trabalhista, que teve 297 votos a favor, não foi tão ruim para o governo,
embora esteja abaixo dos 308 votos necessários para aprovar a reforma da
Previdência.

Segundo ele, os votos estão em ritmo crescente. [Estamos a
12 votos deste placar. Sei que muita gente que votou ontem não tem hoje ainda a
intenção de votar a reforma da Previdência], admitiu o deputado.

No entanto, ele acredita que ?existe um universo sólido de
deputados que entende que o Brasil precisa crescer, que são defensores de um
projeto que englobe a responsabilidade fiscal. Então, nós temos um grupo
substancial e robusto de deputados que a princípio, ou por princípios, têm toda
a condição de estar conosco na votação da Previdência”.

Ganhar tempo

Mas o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) avalia que o
governo já perdeu votações na questão do ajuste fiscal dos estados e não
conseguiu uma vitória expressiva na reforma trabalhista.

Para ele, os votos contrários vão crescer com as
manifestações de rua e com o maior esclarecimento da população: [Olha, a nossa
ideia é ganhar tempo. Nosso jogo é esse. Quer dizer, se começar a votação na
quarta (3), logicamente não termina nesta semana. Vai para a semana
subsequente].

O relator, Arthur Oliveira Maia, tem dito que vai voltar a
conversar com as bancadas dos partidos aliados ao governo para mostrar que
várias alterações sugeridas por eles já foram feitas.

Ele afirmou que acredita que o texto não precisa mais ser
modificado, embora ainda existam pedidos de deputados da base governista neste
sentido: [Eu não vejo, eu não pretendo fazer e não desejo fazer nenhuma mudança
mais. Entretanto, são todas elas questões secundárias].

[O meu acerto com os deputados com quem tenho conversado é
que não vamos mudar nada. Agora, obviamente são questões secundárias e que, se
forem aprovadas mediante um destaque, não terão uma significação maior no
conjunto do texto], acrescentou.

Voto contrário

O deputado Pepe Vargas (PT-RS) disse que a oposição vai
votar contra o texto, mas aceita discutir a questão previdenciária de uma outra
maneira: [Não tem negociação em torno desta proposta. Ela tem que ser rejeitada
e aí iniciar um debate sério sobre o futuro da Previdência, à luz da transição
demográfica real que vai acontecer, à luz de uma previsão de desenvolvimento do
País. Daí, sim, a gente pode fazer um debate. Agora, com essa proposta não tem
negociação. É voto contra, sem negociação].

Agencia Câmara
Reportagem ? Sílvia Mugnatto
Edição ? Newton Araújo
Foto: Luis Macedo /
Câmara dos Deputados

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