Na Câmara, Moro nega orientação a procuradores e chama diálogos de ‘triviais’

O ministro da Justiça Sergio Moro
tentou explicar e demonstrar em audiência na Câmara dos Deputados que, mesmo se
verdadeiras, as conversas atribuídas a ele e ao procurador Deltan Dallagnol não
representariam crimes. “São coisas absolutamente triviais dentro do cenário
jurídico”, disse Moro nesta terça-feira (2).

O ministro leu, por conta
própria, o diálogo que consta das supostas mensagens obtidas pelo site The
Intercept Brasil envolvendo a atuação da procuradora Laura Tessler, da Lava
Jato, e afirmou que não havia ali qualquer sugestão de que ela fosse
substituída, ao contrário do que afirmado por deputados da oposição.

“Prezado, a colega Laura Tessler
de vocês é excelente profissional, mas para inquirição em audiência, ela não
vai muito bem. Desculpe dizer isso, mas com discrição, tente dar uns conselhos
a ela, para o próprio bem dela. Um treinamento faria bem”, pontuou o ministro
sobre o diálogo que diz desconhecer. “Tem aqui pedido de substituição? Aqui não
tem!”, afirmou Moro, ressaltando que “pessoas têm direito a opinião, mas não
têm direito a seus próprios fatos”.

A afirmação de que Moro orientou
a substituição da procuradora Laura Tessler porque ela não estava se saindo bem
em audiências com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva partiu de deputados
como Erica Kokay (PT-DF).

“É trivial orientar substituição
de procurador?, disse Kokay, citando um termo (trivial) que o ministro usou
mais cedo na sessão ao dizer que os conteúdos – se verdadeiros – não eram fora do
comum.

As declarações de Moro foram
dadas durante sessão na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Ele, contudo,
não é obrigado a responder às perguntas dos deputados. (bahia.ba)

Foto: Pablo Valadares/Câmara dos
Deputados

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