O deputado federal Abílio Santana (PL) foi uma das
principais vozes na Câmara Federal, nesta quarta-feira (21), contra o Projeto
de Lei 3369/2015, que visa ampliar o reconhecimento de famílias pelo Estado
brasileiro.
Ele também insistiu com a informação já desmentida por meios
de comunicação e parlamentares de que a matéria de autoria do deputado
Orlando Silva (PCdoB) visava legalizar o incesto, relacionamento sexual entre
membros da mesma família.
Integrante da bancada evangélica na Câmara, Abílio voltou a
afirmar em suas redes sociais, nesta quarta, que o projeto de lei “legaliza a poligamia e o incesto” e se colocou “a favor da família tradicional
brasileira”.
“Sou a favor da família tradicional brasileira. Da moral,
bons costumes. O que a esquerda quer é acabar com a nossa família. Eu não
deixarei!! Levantar-me-ei contra, com a fúria de um leão! Hoje seria votado
esse projeto desastroso, mas conseguimos derrubar a pauta. Ele não será votado
hoje e a luta continua”, escreveu.
Nesta terça (20), porém, Tulio Gadelha (PDT), relator do
projeto na Comissão de Direitos Humanos, já havia adiantado que tinha solicitado
a retirada da pauta de votação da Comissão de Direitos Humanos o PL “para
aprimoramento da redação com objetivo de evitar que ele seja novamente mal
interpretado”.
O projeto, na verdade, reconhece como família “todas as
formas de união entre duas ou mais pessoas que para este fim se constituam e
que se baseiem no amor, na socioafetividade, independente de consanguinidade,
gênero, orientação sexual, nacionalidade, credo ou raça”.
O texto não menciona nem cita o Art. 1521 do Código Civil,
que proíbe o casamento entre pais e filhos. Na prática, o PL 3369 quer expandir
o reconhecimento de uniões de casais homossexuais e poliafetivos, e reconhecer
como membros da mesma família pessoas que não possuem laços sanguíneos.
O bahia.ba tentou contato com o deputado,
mas não conseguiu até o fechamento desta reportagem. (Breno Cunha- bahia.ba).
Foto: Divulgação / Arquivo Pessoal