“Um homem da Chapada, nascido em Ituaçu, um dos geniais
criadores do histórico grupo Novos Baianos nos deixou, em silêncio,
subitamente. Perdemos mais um dos grandes artistas que o ventre fértil da
Bahia pariu para o Brasil”. Foi com este sentimento que a deputada
Olívia Santana (PC do B) apresentou, na Assembleia Legislativa, uma
moção de pesar pelo falecimento, no início desta semana, do cantor, compositor,
poeta e cordelista baiano Moraes Moreira.
A comunista lembrou a trajetória de Moraes que, ao lado
de figuras como Pepeu Gomes, Baby Consuelo, Paulinho Boca de Cantor e Luiz
Galvão, criou os Novos Baianos, um marco para a Música Popular
Brasileira (MPB) de 1969 a 1975. Olívia destacou, entre os sucessos que
ficaram eternizados, as composições do álbum ?Acabou Chorare?, que teve
uma excelente repercussão quando lançado em 1972, a tal ponto da ?revista
Rolling Stones considerar a obra como o maior disco da música
brasileira?.
Durante muitos anos em cima do trio elétrico e com
as bênçãos de Dodô e Osmar, salienta a deputada, Moraes Moreira
incendiou o Carnaval da Bahia, arrastando a massa, balançando o chão da
Praça Castro Alves, numa pipoca popular, que cantava e brincava ao
som de “Preta Pretinha”, “Pombo Correio” e outras músicas que misturavam ritmos
como samba, choro, rock, ijexá, frevo, baião e Bossa Nova. “A
Praça Castro Alves é do povo e tem a cara de Moraes Moreira!”,
resumiu a legisladora.
Olívia Santana finalizou o documento explicando que
Moraes Moreira era membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, poeta
e cordelista. A parlamentar diz que na sua última postagem, nas redes
sociais, o músico falou sobre a pandemia do coronavírus: “Eu temo
o coronavírus / E zelo por minha vida / Mas tenho medo de tiros /
Também de bala perdida/. E arremata em outro trecho da mensagem: Pra combater
o que alarma só tenho mesmo uma arma Que é a minha caneta”, escreveu o
artista. (Agencia Alba).
Foto: Divulgação/Agencia Alba