“A luta é diária e coletiva”: afirma Olivia Santana sobre o 20 de Novembro

Deputada do PCdoB destaca avanços do movimento negro, alerta para desafios estruturais e comenta protagonismo indígena na COP30.

O Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, é mais do que uma data simbólica: representa um chamado à reflexão sobre o racismo, o resgate da história afro-brasileira e a defesa de políticas de igualdade racial. Em entrevista ao Soterópolis Notícias, a deputada estadual Olivia Santana (PCdoB) — reconhecida militante do movimento negro — analisou conquistas, desafios e a importância das mobilizações que marcam a data.

Soterópolis Notícias — Deputada, há o que se comemorar no Dia da Consciência Negra?

Olivia Santana — “Podemos comemorar as conquistas. Ainda são poucas diante do tamanho das barreiras impostas pelo racismo, mas o mês da Consciência Negra tem papel fundamental na mobilização da consciência popular. Se hoje temos cotas para negros nas universidades, no serviço público e no processo eleitoral, isso se deve à luta do movimento negro organizado, que atua o ano inteiro, e não apenas no 20 de novembro. A criação da DECRIM – Delegacia Especializada no Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa, também é fruto dessa luta. Toda a estrutura institucional de enfrentamento ao racismo só existe porque houve resistência. Essas vitórias precisam ser lembradas e celebradas. Ainda assim, a caminhada rumo a uma sociedade igualitária é longa e árdua. Mas seguimos com fé e na luta.”


Soterópolis Notícias — A senhora também acompanha de perto as mobilizações indígenas. Como avalia a presença e o protagonismo, especialmente das mulheres indígenas, na COP30?

Olivia Santana — Quem luta contra o racismo entende que, no Brasil, ele é antinegro, mas também anti-indígena. São povos que foram pilhados, explorados e escravizados. Por isso, existe uma irmandade histórica entre a população negra e os povos originários. Na COP30, as lideranças indígenas colocam na ordem do dia a urgência da demarcação das terras, além de cobrar investimentos para o campo, acesso educacional e maior representação política. Esse vínculo se fortalece na defesa da igualdade de direitos e no enfrentamento conjunto ao racismo.”

Foto: Divulgação/SN

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