O prefeito de Salvador e
candidato à reeleição, Bruno Reis, explicou nesta quinta-feira (19), em
entrevista ao programa Se Ligue Bahia, da rádio Itapoan FM, a proposta de
criação dos corredores verdes. A iniciativa é um dos três projetos especiais
apresentados no plano de governo do candidato da coligação “O Trabalho Não
Para”.
Inspirado num case de sucesso
mundial realizado em Medellín, na Colômbia, o projeto especial visa o plantio
de espécies da Mata Atlântica ao longo das avenidas, encostas e largos da
cidade, criando assim uma malha verde urbana que vai conectar pontos de vegetação
já existentes, como parques e praças arborizadas.
“Com esse programa, vamos ter
mini-florestas, digamos assim, para tornar a cidade mais arejada e diminuir o
aquecimento. Não estou inventando isso. Como copiam muito as nossas ações, não
tem problema a gente copiar as boas ideias dos outros. Esse projeto foi bem
sucedido em Medellín, conseguindo reduzir a temperatura da cidade em quase dois
graus. E nós podemos implantar aqui”, afirmou o prefeito.
O principal objetivo dos
corredores verdes é reduzir os efeitos das mudanças climáticas, sobretudo a
formação das chamadas “ilhas de calor”, quando o asfalto e os prédios retêm os
raios solares, causando desconforto térmico nas zonas urbanas. Como destaca o
plano, a ideia central é ?melhorar a experiência dos deslocamentos pela cidade,
oferecendo maiores áreas de sombras e temperaturas mais amenas para pedestres,
ciclistas e usuários de ônibus, BRT e metrô”.
“Então, para os próximos quatro
anos, está previsto implantar nas principais avenidas, nas grandes avenidas de
vale, grandes árvores para reduzir o aquecimento, trazer sombreamento e deixar
a cidade mais bonita”, acrescentou Bruno Reis, durante a sabatina.
Áreas – O projeto dos corredores
verdes será perene, implementado em diferentes etapas, ganhando cada vez mais
espaços na cidade. Na primeira etapa, inaugural, a ideia é arborizar as
seguintes vias: Av. Juracy Magalhães, entre o Rio Vermelho e o Parque da Cidade; Av. Otávio Mangabeira,
da orla da Pituba até Itapuã; Rua Cônego Pereira, entre Dois Leões e Sete
Portas; Av. Manoel Dias da Silva, entre Pituba e Amaralina; Av. Jequitaria,
entre o Comércio e a Calçada; Av. Fernandes da Cunha, nos Mares; e o Bairro 2
de Julho.
O projeto também vai abrir
micro-parques nos bairros mais adensados por edifícios e com poucas áreas
verdes, substituindo as áreas de gramado ou de cimento por árvores. Também vai
abrir mini-florestas, com o plantio em densidade de espécies nativas da Mata
Atlântica em canteiros e faixas próximas às principais vias de circulação de
veículos.
As contenções de encosta, obras
que foram realizadas em larga escala pela Prefeitura nos últimos 12 anos,
também serão adaptadas aos Corredores Verdes. A cobertura de cimento vai dar
lugar a plantações suspensas, utilizando técnicas e espécies de planta adequadas
a isso, como trepadeiras de raiz aderente, trepadeiras de suporte como
buganvílias, plantios em vasos ou caixas instaladas na base, permitindo assim
que o verde cubra as contenções.
Sustentabilidade – A iniciativa
ambiental se junta a outras implementadas nos últimos anos, que colocaram
Salvador em posição de prestígio global como cidade sustentável. Nos últimos
quatro anos, novos parques foram implantados ou projetados: Pedra de Xangô,
Ipitanga I, Vale da Mata Escura e os parques marinhos da Barra e da Cidade
Baixa, além do Parque Socioambiental de Canabrava, em fase de conclusão.
Graças a esse esforço, a
Prefeitura já está pronta para repovoar a cidade com espécies da Mata
Atlântica, já que nos últimos quatro anos Bruno Reis inaugurou o Viveiro de
Restinga, na Praia do Flamengo, o Centro de Interpretação da Mata Atlântica, em
Mont Serrat; e o Viveiro de Coqueiros, no Jardim de Alah. Todos têm capacidade
de produzir mudas a fim de serem espalhadas pela capital baiana.
Nos últimos quatro anos, Salvador
deixou de lançar toneladas de CO? na atmosfera como resultado dessas e de
outras iniciativas. Graças a isso, o Instituto Cidades Sustentáveis (ICS)
colocou Salvador em 1º lugar no ranking das capitais com menos emissões per
capita de gases do efeito estufa. O trabalho ambiental também rendeu prêmios
internacionais: o IPTU Verde ficou entre as 100 melhores iniciativas urbanas do
mundo pela C40 e a ONU deu a Salvador o Prêmio Global de Desenvolvimento
Sustentável.
“Os adversários dizem o que querem. Os selos da
ONU e da Caixa Econômica, além da certificação ISO, valem mais do que palavras
e insinuações de quem não tem moral nenhuma para falar”, comentou o prefeito,
ao apontar premiações recebidas pela gestão municipal na área de
sustentabilidade. Bruno Reis reiterou ainda o compromisso de zerar a emissão de
CO? até 2049, quando a capital baiana completa 500 anos. (Ascom).