Documentos revelam elo de cartel da lava jato com Dirceu e
mulher de ex-ministro do Peru Com o aprofundamento da crise política, a
presidente Dilma Rousseff decidiu convidar o vice-presidente Michel Temer, o
ministro Eliseu Padilha (PMDB) e outros ministros do “núcleo duro” do
PT para uma reunião neste domingo, 9, no Palácio da Alvorada para discutir o
estremecimento na relação do Planalto com o Congresso Nacional.
Na segunda-feira, 10, a presidente não fará a tradicional
reunião de coordenação política no Planalto porque irá a São Luís do Maranhão
cumprir duas agendas. Às 11h30, Dilma participa de cerimônia de inauguração do
terminal de grãos no Porto do Itaqui e, às 14 horas, entrega 2.020 unidades
habitacionais do Minha Casa Minha Vida.
Nesta semana, na quinta-feira, 6, Dilma se reuniu com Temer,
Padilha e o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, para discutir a
delicada relação com a Câmara dos Deputados, na qual o Planalto vem sofrendo
uma série de derrotas. À noite, Dilma pediu ajuda ao presidente do Senado
Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), para ajudar o Planalto a desarmar uma série
de “bombas fiscais” em tramitação no Congresso Nacional.
Segundo um ministro ouvido pela reportagem, a presidente
Dilma vê uma relação “de maior confiança” com Renan Calheiros e quis
dar uma “atenção especial” ao peemedebista ao convidá-lo para uma
audiência no Planalto. “A postura do Senado é de maior responsabilidade em
relação às questões fiscais”, disse um auxiliar da presidente.
Enquanto a Câmara promove uma onda de retaliações ao governo
com a aprovação de matérias que oneram os cofres públicos, o governo aposta no
Senado Federal para barrar o avanço das propostas. O Planalto acredita que o
perfil dos senadores – mais velhos, experientes e, em muitos casos,
ex-governadores e gestores públicos – os torna mais sensíveis às consequências
dessas matérias.
A assessoria da Vice-Presidência negou nesta sexta-feira, 7,
boatos de que o vice-presidente tenha deixado a articulação política do
governo. (AE)