“Esse é um projeto muito bonito e
forte, que mostra o papel extraordinário da Assembleia Legislativa da
Bahia, de estímulo à cultura no nosso estado, possibilitando edições e
reedições de obras importantes da literatura baiana”. Com essas palavras, o
escritor e antropólogo Ordep Serra se referiu à coleção Mestres da
Literatura Baiana, uma parceria da ALBA com a Academia de Letras da Bahia que,
nesta quarta-feira (14), lançou seu mais novo livro, intitulado Alalá do
Luaréu.
A cerimônia de lançamento contou
com a presença do presidente da ABL, Joaci Góes, do procurador chefe da Alba,
Graciliano Bonfim, representando o presidente da Casa, deputado Nelson Leal,
acadêmicos ? entre eles Juarez Paraíso ? colegas e admiradores do trabalho do
escritor.
Recepcionando os presentes, o
presidente da ABL elogiou a obra lançada, como ?uma criação da mais alta
qualidade, seja na criação quanto no processo, seja na linguagem que ele
utiliza para encantar o leitor” e ressaltou a parceria com a Casa
Legislativa. “Temos essa tradição de sermos uma entidade umbilicalmente ligada
à Assembleia Legislativa?, colocou Góes, relatando nascimento da ABL, em 1917,
dentro da Assembleia Legislativa, instalada na época na Ladeira da Praça.
O procurador chefe da ALBA,
Graciliano Bonfim, também abordou o longo relacionamento com a primeira e
principal parceira do Programa Editorial do Legislativo, “relacionamento
inaugurado no final do século passado com a publicação do livro Pau de Colher,
do engenheiro Raimundo Estrela, que documenta uma luta análoga a dos devotos do
Conselheiro, em escala reduzida, ocorrida em Casa Nova, no Médio São
Francisco”, relatou.
Bonfim ressaltou o apreço do
Legislativo pelas atividades patrocinadas pela ABL, como cursos, seminários,
edição de livros, recepção aos estudantes e acesso franco à biblioteca, “por si
só é um paradigma de zelo com a cultura da nossa gente e da nossa terra”,
enfatizou.
No evento, Ordep definiu
sua a obra como um romance moderno, bem contemporâneo, experimental, de
estrutura complexa, nova, onde combina diversas linguagens. “Parte está escrita
num dialeto comum, próprio da região de Salvador e do Recôncavo, e outra
no dialeto sertanejo, com várias intervenções que dão lugar ao teatro, cinema,
uma estrutura complexa”, explicou.
Dividido em 4 partes, o romance
sugere um fato comum que ninguém consegue lembrar direito, nos anos 70, “época em que os homens chegaram à lua e a Bahia foi “invadida” pelos hippies, a ditadura começa a agonizar, tem esse enquadramento. Uma
história que ninguém quer falar, e tenta esquecer”, acrescentou.
A coleção Mestres da Literatura
Baiana foi criada, em 2012, pela Assembleia em parceria com a Academia de
Letras da Bahia. A coleção contempla todos os gêneros literários e tem
como critérios a qualidade da obra e sua importância no contexto cultural da
Bahia. Entre os livros já lançados pela coleção estão A Bahia já foi Assim,
escrito pela folclorista Hildegardes Vianna, Contos e Novelas Reunidos, do
escritor Hélio Pólvora e Antologia Poética, de Affonso Mante, entre outros. (Agencia Alba).
Foto: Paulo Mocofaya/Alba