O país avança, a sociedade progride, as condições de
vida do povo melhoram, a miséria é enfrentada e a desigualdade combatida quando
produzimos mais riquezas, mais bens e serviços.
E, quando, ao mesmo tempo, o povo luta para participar dessas
riquezas. Isto é, economia e política
interagindo.
Para se produzir mais, é preciso ter
competitividade. O resto é ?cascata?,
discurso vazio, empulhação.
Creio que não há melhor forma de se avaliar como uma
sociedade está se desenvolvendo e como um país foi e está sendo dirigido do que
a análise de sua capacidade de competição no mundo da produção, isto é, de sua competitividade. É isso que permite enfrentar, com
efetividade, a miséria e a desigualdade.
A competitividade dá a exata medida das condições em que
se encontram várias atividades em um país, que se traduzem em maior ou menor
capacidade de disputar mercados e oferecer bens e serviços à sua população.
O país ser competitivo significa que os seus produtos
podem disputar mercados em todo o mundo, ampliando sua capacidade de exportar
bens, gerando internamente empregos e salários, além de obter as divisas necessárias
para importar bens essenciais para incrementar sua própria produção e produzir
para o consumo da população.
Também significa que os custos de seus produtos para
consumo interno ficam no melhor patamar possível de preços, auxiliando no
combate à inflação. Assim se geram mais
empregos e salários.
A competitividade do país depende de muitas condições:
da formação e capacitação das pessoas que trabalham, vale dizer, do nível
educacional e da qualificação profissional das pessoas; das suas condições de vida,
ou seja, do atendimento à sua saúde, às suas necessidades habitacionais, à
mobilidade que permite ir e vir da casa ao trabalho; da infraestrutura
logística das estradas, portos e aeroportos e da disponibilidade de energia
motriz; do seu desenvolvimento tecnológico e de inovação de seu parque
produtivo; das instituições que regem o trabalho e o capital; da maior ou menor
eficiência da administração pública; do ambiente de negócios ( tributos,
burocracia, etc ).
No Brasil de nossos dias, nenhuma dessas condições está
presente para incentivar investimentos e possibilitar uma produção competitiva
na economia. Isto é, a nossa competitividade é um gargalo
que nos coloca em situação desvantajosa no contexto internacional e nacional:
os nossos produtos são caros e de qualidade inferior. Por isso temos inflação, baixa produção de
novos empregos e baixo crescimento econômico.
No ranking de competitividade, montado pelo IMD, um
instituto internacional que trabalha no Brasil com a Fundação Dom Cabral, o
Brasil aparece nesse ano em 54º lugar dentre 60 economias. E vem caindo.
Está entre os dez piores do mundo, nessa relação. Depois de perder várias posições nesses
últimos anos, se situa agora nesse ranking à frente apenas de países como a
Grécia, a Argentina, a Venezuela, que passam por grave crise, e da Eslovênia,
da Bulgária e da Croácia. Também entre
os dez últimos se situa a nossa gestão governamental, a qualidade da
infraestrutura e a inflação. Triste
situação para um país que já foi um dos principais emergentes e esperança de um
fato novo no contexto internacional.
Não é o país que não está dando certo. Poucos no mundo têm um potencial igual ao
nosso. O que não está dando certo é, ou
são, os nossos governos. Se vivêssemos
em um país sob regime parlamentarista, o gabinete já teria caído e o Congresso
chamado para uma nova eleição. Tanto um
quanto o outro não têm o respeito e o respaldo do povo.
Como o nosso regime é presidencialista, temos de
aguentar até o final do ano. E
chega! Já é demais!
Alberto
Goldman é um dos vice-presidentes do PSDB Nacional