Aécio Neves teve sua candidatura presidencial
formalizada pelo PSDB, ontem, em São Paulo, mas sem definição sobre a escolha
de seu candidato a vice. Precisará
definir-se até o dia 30, conforme a lei eleitoral.
Significa o quê, esse vazio? Indecisão do ex-governador
mineiro ou excesso de cautela? Hesitação
entre indicar um paulista ou alguém do
Nordeste?
Deve cuidar-se o candidato para que no fim a montanha
não gere um rato. Está na lembrança de
todos o episódio acontecido com José Serra, candidato contra Dilma Rousseff. De
tanto enrolar, os tucanos acabaram frustrando todo mundo ao delegarem a indicação
ao DEM, que por sua vez fixou-se num ilustre desconhecido, um tal Índio da Costa, deputado pelo Rio de
Janeiro, que ninguém conhecia. O resultado foi um fiasco completo, tendo Serra
engolido um sapo do tamanho de um elefante. Quantos votos o silvícola terá
carreado para o candidato? Caso vitorioso, e por uma dessas peças do destino,
se o vice precisasse substituir ou até
suceder Serra, aceitaria a opinião pública ser governada por um desconhecido?
Agora o tempo trabalha contra Aécio. A hipótese de
escolha do competente senador Aloísio Nunes Ferreira parece a mais provável, já
que as sondagens feitas em torno de José Serra deram em nada. Por que, então, a
delonga? Na primeira hora Tancredo Neves aceitou José Sarney, por
conta da adesão de parte dos governistas
à sua candidatura. Fernando Collor
conformou-se com Itamar Franco, não uma
grande surpresa, porque quando precisou
assumir revelou-se um dos maiores presidentes do período posterior à ditadura
militar. Fernando Henrique acertou na
mosca ao buscar Marco Maciel e o Lula, mais ainda, com José Alencar. Mesmo Dilma, ainda que a decisão coubesse ao
Lula, deu-se bem com Michel Temer.
Aécio Neves fica devendo, no prazo exíguo de quinze
dias. O Alto Tucanato só espera que o vice não venha a ser alguém
desimportante. É preciso agregar, jamais diminuir. Aloísio Nunes Ferreira
preenche os requisitos, mas porque ainda não foi anunciado? Os tucanos perdem
tempo. (Diario do Poder)