Conforme a lei eleitoral, não pode passar de hoje o anúncio,
pelos tucanos, de quem será o co-piloto de Aécio Neves. Aliás, já deveria ter
sido escolhido há algum tempo o candidato a vice-presidente na chapa do ex-governador de
Minas. Cresciam, ontem, as ações
do senador Aloísio Nunes, ainda que a sombra de José Serra se mantivesse à
vista. Para os adversários a demora indica indecisão, para os correligionários,
excesso de opções e cautela na espera de novas adesões no quadro partidário. De
qualquer forma, não deixa de ser perigoso deixar para a hora final as decisões
cruciais. Está na lembrança de todos o fiasco que foi a escolha do vice do
próprio José Serra, em 2010, também deixada para os últimos dias do prazo.
Surgiu um desconhecido Índio da Costa, do DEM, que nem um voto a mais agregou
ao candidato do PSDB, o próprio José
Serra. Não será o caso, agora, tendo em vista as qualidades dos dois cogitados.
Ficou mais distante a hipótese de um
terceiro, no caso Tasso Jereissati, cuja vantagem seria não ser paulista, mas
cearense. De qualquer forma, o dia tem que ser hoje, se não foi às últimas
horas de ontem.
Com Michel Temer e Marina Silva, os outros dois
candidatos parecem bem abastecidos de vices. Falta mesmo Aécio Neves, pois
tanto a presidente Dilma quanto Eduardo Campos já evoluem acompanhados nessa pré-campanha. No passado, desde a
República Velha, os vices costumavam exprimir
mais problemas do que soluções, para os titulares. De Floriano Peixoto a
Manoel Vitorino, de Café Filho a Itamar
Franco, exigiram atenção redobrada por parte de Deodoro da Fonseca, Prudente de
Moraes, Getúlio Vargas e Fernando Collor, mas a partir de Marco Maciel, com
Fernando Henrique, Jose Alencar,com Lula e agora Michel Temer, com Dilma
Rousseff, presidentes e vices vem tocando de ouvido.
No que se refere a Eduardo Campos, nem tanto, na
possibilidade dele ser eleito, pois Marina Silva dispõe não apenas de vôo
próprio, mas de concepções distintas e até conflitantes com o cabeça de chapa.
O mesmo aconteceria com Aécio Neves caso a escolha recaísse em José Serra.
Mesmo com as atenções nacionais voltadas para a copa do mundo, será bom ficarmos atentos ao anúncio de hoje, que salvo engano
ou milagre, deixará de consolidar a aliança do café com leite, ou seja, de
Minas com São Paulo, os dois maiores colégios eleitorais do país.
ATÉ AQUI, TUDO BEM
É conhecida a história do cidadão que caiu do vigésimo
andar de um edifício e, quando passava pelo décimo, comentou que ?até aqui,
tudo bem?. Apesar da redução significativa de seus índices de preferência nas
pesquisas eleitorais, Dilma continua em
primeiro lugar. Há que aguardar os números das novas consultas populares, uma
delas prevista para esta semana. Até aqui, tudo bem, ou seja, mesmo com a
previsão de segundo turno, a presidente mantém a reeleição. Depois?
(Diário do Poder)