O debate na TV como fator de decisão nas eleições

No próximo dia 5 os brasileiros têm encontro marcado com
as urnas para elegerem Deputados Federais, Senadores, Deputados Estaduais,
Deputados Distritais (no DF) Governadores e o próximo presidente da República.

Uma verdadeira festa democrática que ocorre de 4 em 4
anos no segundo colégio eleitoral do mundo.

A semana começou com uma grande expectativa no que diz
respeito à eleição presidencial. Uma vez praticamente consolidada a posição da
candidata Dilma, acirra-se a disputa entre Aécio e Marina para a segunda vaga
na disputa por um lugar no segundo turno.

A candidata dos socialistas vem perdendo pontos
preciosos que já não  garantem uma
passagem automática para o próximo embate. Pelo contrário, essa queda permitiu
a aproximação de Aécio, aumentando suas chances de ultrapassá-la na corrida
para o segundo turno.

O candidato tucano, por sua vez, vem recuperando os
pontos perdidos pós-tragédia, que alimentam suas esperanças de colocar-se numa
disputa final com a candidata Dima. O que aliás era o panorama que se desenhava
antes da tragédia de 13 de agosto, que alterou emocionalmente a eleição.

Com este cenário a disputa ganha em emoção e, ao mesmo
tempo, tensiona os candidatos, suas equipes e a militância. O eleitor, por sua
vez, tudo assiste com sentimentos distintos e olhos voltados para os úlitmos
lances.

Assim, o último debate presidencial desta noite, antes
do segundo turno,  ganha em importância
na medida em que se apresenta como oportunidade para o eleitor tirar suas
dúvidas, consolidar suas certezas, e finalmente escolher definitivamente o seu
candidato.

A importância dessa etapa está centrada no princípio do
contraditório, ao vivo e a cores. Nesse momento os concorrentes se mostram
verdadeiramente. Uma vez que estarão sem as maquiagens dos programas eleitorais
previamente gravados.

No momento do embate, os candidatos podem, numa palavra,
numa reação ou gesto perder ou ganhar milhões de votos e assim selar o seu
destino de vitória ou derrota.

Nunca é demais lembrar o caso clássico de debates
presidenciais, ocorrido na eleição americana de setembro de 1960, entre os
candidatos John F. Kennedy e Richard Nixon. Onde após uma campanha apertada, o
primeiro se tornou uma legenda da política norte-americana ao se eleger
presidente, com votos conquistados como resultado de sua participação naquele
que foi o primeiro debate transmitido pela televisão.

A margem de votos que deu a vitória a JFK foi pequena e
atribuída principalmente ao seu carisma e desempenho no debate.

Talvez sem êle JFK jamais tivesse chegado à presidência
da república.

A aparição do candidato Democrata na TV naquele momento,
permitiu que evoluisse, numa noite,  de
um desconhecido senador por Massachusetts a uma verdadeira estrela.

O debate, no entanto, não viria alterar somente a vida
do presidente Kennedy. Transformou também as campanhas eleitorais, a TV como
mídia e a própria política norte-americana.

A explicação para a derrota de Nixon também se tornou
clássica. Enquanto ele aparecia suando e debilitado, devido a uma recente
hospitalização, o rival transmitia calma e confiança.

O debate de hoje (quinta-feira) por aqui também servirá
para que os eleitores, principalmente os indecisos, façam suas escolhas.

54 anos depois, a lição continua viva na política em uma
sociedade midiática: a imagem pessoal, o carisma, a segurança e firmeza na
defesa de suas propostas são determinantes para o resultado final. Seja para o
bem ou para o mal.

Por outro lado, as incertezas e reviravoltas que
ocorreram nesta campanha de 2014 sinalizam que tudo ainda pode acontecer. Mesmo
a 4 dias do ?dia D?.

O jogo ainda está sendo jogado. Façam suas apostas. (João Paulo Peixoto-Diário do Poder

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