O Brasil encerra o período eleitoral de 2014 com a
vitória de Dilma Rouseff. Para desespero dos adversários, o êxito de um projeto
voltado ao combate às desigualdades e ao avanço das políticas sociais superou o
ódio, a manipulação dos oligopólios midiáticos e as forças reacionárias. O país
ultrapassou as manobras de grandes grupos, que tinham o claro objetivo de
colocar no Planalto o candidato que representava seus interesses, e, no fim,
venceu o Brasil e a vontade soberana de seu de povo.
A campanha de baixo nível realizada e estimulada pelos
apoiadores de Aécio Neves ganhou adeptos, mas não foi páreA aos legítimos
sonhos que surgiram nas ruas. Não conseguiu derrubar a genuína militância de
esquerda e demais forças sociais que pulsaram firme nas cidades e periferias
seu desejo de mudanças, mas vindas de um governo progressista, com conquistas
de mais direitos. Esta opção, certamente, nunca foi o projeto do PSDB, patrono
dos arrochos salariais, desemprego e inflação alta da década de 90 e submissão
às grandes potências. Este modelo foi rejeitado pelos eleitores.
A presidenta Dilma já sinaliza para reformas
estruturantes à curto prazo, como a reforma política e da mídia. A
democratização dos meios de comunicação é um pilar desta profunda mudança que o
Brasil precisa passar a partir do ano que vem. Queremos liberdade de expressão,
hoje profundamente limitada pelo oligopólio dos grandes veículos midiáticos sob
propriedade de seis famílias.
Quem não ficou horrorizado com o papel das principais
TVs e jornais, que funcionaram como diário da oposição e tiveram seu ponto
culminante na capa panfletária da revista Veja no dia do último debate
televisionado pela TV Globo? Capa que sustentou a primeira pergunta do
candidato tucano à Dilma, seguido de um panfleto já feito para o dia seguinte,
véspera da votação do segundo turno? Uma clara e pérfida tentativa de golpe
pelo poder midiático que se utiliza do jornalismo para influenciar, manipular e
tentar controlar uma nação. É preciso urgentemente aprovar a regulação da
mídia. Enfatizo que regular não é censurar e, sim, garantir pluralidade de
informação e direitos básicos, como o de resposta.
Também faço uma crítica aberta ao sistema financeiro
internacional que tentou, desastrosamente, influenciar o cenário interno
brasileiro por meio de especulação econômica e seus tentáculos na mídia
estrangeira. A revista britânica The Economist não prosperou em seus objetivos
ao sinalizar que Aécio Neves seria melhor opção para o país.
O país caminha a passos largos no fortalecimento da
consciência democrática após cada eleição. É desta forma que projetos políticos
e desejos populares tentam se comunicar e se abraçar, tornando reais os sonhos
do povo brasileiro. Aliás, nosso povo deve manter-se mobilizado para garantir
mais avanços.
No combate à pobreza, à fome e às seculares
desigualdades sociais, felizmente continuamos a rumar num caminho de horizonte
ensolarado, liderado por uma mulher de coração valente. A intolerância, o
preconceito e ódio não prevaleceram. Venceu o diálogo. Venceu a serenidade de
quem apresentou a melhor proposta. Venceu o amor. Venceu o Brasil!
Jandira Feghali e médica e líder do PCdoB na Câmara dos
Deputados/Diário do Poder