Banco Central aumenta para 2,1% projeção de crescimento do PIB em 2025

O BC (Banco Central) elevou de 1,9% para 2,1% a projeção de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) deste ano, mostra o Relatório de Política Monetária divulgado hoje pela autoridade monetária.

O que aconteceu

BC melhorou expectativa de avanço do PIB. A revisão divulgada hoje aumenta para 2,1% a aposta de crescimento da economia nacional neste ano. No relatório divulgado em março, a projeção da autoridade monetária havia recuado justamente de 2,1% para 1,9.

Projeção é inferior à estimativa do governo. A Secretaria de Política Econômica, do Ministério da Fazenda, elevou de 2,3% para 2,4% a projeção de crescimento do PIB neste ano. Ao mesmo tempo, o mercado financeiro projeta um avanço de 2,21% da soma de todos os bens e serviços finais produzidos no país.

Previsão de desaceleração ainda persiste. “Apesar da revisão altista, permanece a expectativa de desaceleração da atividade econômica ao longo do trimestre corrente e do segundo semestre”, destaca o BC. O documento atribui a perda de força da economia à manutenção dos juros elevados, ao menor crescimento global e ao fim do impulso da agropecuária registrado no primeiro trimestre.

“No início do segundo trimestre, o mercado de trabalho apresentou aquecimento mais intenso do que o antecipado, reforçando as perspectivas de resiliência do consumo das famílias. Adicionalmente, espera-se, ainda que com elevado grau de incerteza, que as recentes mudanças nas regras do crédito consignado para trabalhadores do setor privado tenham algum impacto sobre o consumo e o PIB”.

Relatório de Política Monetária

PIB do Brasil cresceu 1,4% no primeiro trimestre. O desempenho positivo foi puxado pela agropecuária, mas não deve ser sustentado. Pesam contra o desempenho o fim da colheita de safras colhidas entre janeiro e março e o elevado patamar da taxa básica de juros, que figura no maior nível em quase 20 anos. No ano passado, o PIB nacional avançou 3,4%.

Consumo das famílias volta a crescer. Ao comentar os resultados da atividade econômica, o diretor de Política Econômica, Diogo Guillen, destacou a expansão da demanda dos consumidores, que aumentou após uma queda ao final do ano passado. Também contribuem para o desempenho a formação bruta de capital fixo. “Em ambos [segmentos], a gente espera essa moderação olhando para frente”, diz Guillen.

Setores

Serviços e agropecuária guiam projeção mais otimista. O BC atribui a melhora das projeções para o crescimento nacional neste ano às revisões das expectativas para os setores de serviços (de 1,5% para 1,8%) e da agropecuária (de 6,5% para 8%). As novas perspectivas consideram a maior produção agrícola, com destaque para os aumentos nas previsões das safras de grãos e café e o desempenho positivo dos serviços direcionados às famílias, como a alimentação fora do domicílio.

Expectativa para o comércio sofre um pequeno ajuste. A nova projeção de avanço de 1,8% do setor é 0,1 ponto percentual inferior à divulgada em março. A projeção ficou praticamente inalterada, refletindo uma expectativa de maior dinamismo no consumo das famílias ao longo do restante do ano”, destaca o Banco Central.

Previsão para a indústria recua de 2,2% para 1,9%. A expectativa de crescimento mais modesto do setor é motivada pelos indicadores mais recentes sobre o desempenho da atividade. Segundo a autoridade monetária, os dados “apontam para um ritmo de atividade limitado no setor”.

Inflação

Relatório projeta inflação de 4,9% ao final de 2025. Ainda que 0,2 ponto percentual menor do que a previsão anterior, a variação do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) permanecerá acima do teto da meta, fixado em 4,5% pata este ano. O percentual já considera o intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual. Para o final de 2026, a expectativa aponta para uma alta de 3,6% dos preços.

BC reconhece desaceleração gradual da inflação. No documento, fica também constatado o desempenho do índice oficial de preços abaixo das expectativas. Ao comentar o resultado de maio, Guillen destacou que as principais surpresas foram originadas pelos preços administrados, com o aumento das contas de luz devido à mudança da bandeira tarifária. (UOL São Paulo).

Imagem: Adriano Machado/Reuters

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