Para cada R$ 1 bilhão que o Brasil exportou aos Estados Unidos em 2024, foram gerados 24,3 mil postos de trabalho entre os brasileiros, segundo estudo divulgado nesta quinta-feira (24) pela CNI (Confederação Nacional da Indústria).
Em meio à tensão provocada pelo tarifaço de Donald Trump, que deve levantar uma alíquota de 50% contra os produtos brasileiros no dia 1º de agosto, a entidade vem buscando reforçar, por meio de estudos, que “Brasil e Estados Unidos sustentam uma relação econômica robusta e estratégica, alicerçada em comércio, investimentos e integração produtiva”.
“Essa parceria contribui diretamente para o crescimento e a geração de empregos nas duas economias”, afirma na análise desta quinta.
A CNI reforça que a relação gerou, a cada R$ 1 bilhão de vendas, R$ 531,8 milhões em massa salarial e R$ 3,2 bilhões em produção no Brasil.
Os Estados Unidos são, além de o 3º principal parceiro comercial do país — atrás de China e União Europeia —, o principal destino para exportações da indústria de transformação brasileira, investimentos diretos do Brasil e parceiro no comércio de serviços.
“Na última década, a indústria de transformação representou, em média, 82% das exportações brasileiras para os Estados Unidos e 90,3% das importações vindas do parceiro norte-americano. As economias brasileira e americana são complementares. Isto é, o comércio bilateral é composto por fluxos intensos de insumos produtivos. Na última década, esses bens representaram, em média, 61,4% das exportações e 56,5% das importações brasileiras”, pontua a CNI.
Sobre aportes feitos entre os dois países, a entidade destaca que o parceiro norte-americano foi o principal destino de investimentos brasileiro no mundo nos últimos anos, com 142 projetos anunciados.
O dado é do Mapa Bilateral de Comércio e dos Investimentos Brasil-Estados Unidos, elaborado pela ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) e Amcham Brasil (Câmara Americana de Comércio para o Brasil).
“A presença significativa de empresas atuando bilateralmente reforça a forte integração econômica entre as duas economias, com cerca de 3.662 empresas americanas investindo no Brasil e 2.962 empresas brasileiras investindo nos EUA”, ressalta a CNI.
Os brasileiros investiram US$ 22,1 bilhões no território norte-americano em 2023 — ganho de 52,3% na comparação com 2014. Quando investem lá, as empresas do Brasil buscam os setores de alimentos e bebidas; plásticos; produtos de consumo; software e serviços de TI; e metais.
Olhando para os últimos cinco anos, entre 2020 e 2024, 70 marcas brasileiras anunciaram projetos nos EUA, destacando-se:
- JBS: US$ 807 milhões;
- Omega Energia: US$ 420 milhões;
- CSN (Companhia Siderúrgica Nacional): US$ 350 milhões;
- Bauducco Foods: US$ 200 milhões;
- Embraer: US$ 192 milhões.
Em contrapartida, em 2023, foram investidos US$ 357,8 bilhões no Brasil pelos Estados Unidos — alta de 228,7% ante 2014. Comunicações; montadoras de automóveis; carvão, petróleo e gás; serviços financeiros; e energias renováveis estão entre os principais interesses dos EUA no nosso país.
De 2020 a 2024, 186 empresas norte-americanas anunciaram projetos em terras tupiniquins. Entre os principais destaques estão:
- Bravo Motor Company: US$ 4,3 bilhões;
- Microsoft: US$ 3 bilhões;
- CloudHQ: US$ 3 bilhões;
- Amazon.com: US$ 2,8 bilhões;
- New Fortress Energy: US$ 1,6 bilhão.
Fonte; João Nakamura, da CNN, em São Paulo
Foto: REUTERS/Stringer