Com afastamento de Ibaneis, vice Celina Leão assumirá o governo do DF

Após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre Moraes, em afastar o governador do Distrito Federal Ibaneis Rocha (MDB) por 90 dias, a vice Celina Leão (PP) vai ocupar a função de chefe do Executivo local.
A progressista assumiria a cadeira a partir de 16 de janeiro, em virtude da viagem de Ibaneis aos Estados Unidos. O chefe do Executivo local, no entanto, decidiu cancelar as férias em família, programadas desde outubro, após os atos terroristas na Praça dos Três Poderes. Horas depois, Moraes comunicou o afastamento do cargo por três meses.
A decisão do ministro foi protocolada na madrugada desta segunda-feira (9/1), e inclui Ibaneis Rocha e o ex-secretário de Segurança Pública Anderson Torres no inquérito que investiga os atos antidemocráticos na Praça dos Três Poderes. No documento de 18 páginas, Moraes considera que o governador do DF teve uma conduta ?dolosamente omissiva?, ?que não só deu declarações públicas defendendo uma falsa ?livre manifestação política em Brasília? ? mesmo sabedor por todas as redes que ataques às Instituições e seus membros seriam realizados?, escreveu Moraes.
Na decisão, o magistrado destaca que Rocha ignorou todos os apelos das autoridades para a realização de um plano de segurança semelhante aos realizados nos últimos dois anos no dia 7 de Setembro. ?Absolutamente nada justifica a existência de acampamentos cheios de terroristas, patrocinados por diversos financiadores e com a complacência de autoridades civis e militares em total subversão ao necessário respeito à Constituição Federal?, disse o ministro. ?Absolutamente nada justifica a omissão e conivência do Secretário de Segurança Pública e do Governador do Distrito Federal com criminosos que, previamente, anunciaram que praticariam atos violentos contra os Poderes constituídos?, concluiu.
Ao assumir o comando da capital do país, Celina Leão, que é apoiadora da família Bolsonaro e consolidou seu nome como adversária ferrenha da gestão do petista Agnelo Queiroz, governador do DF entre 2011 e 2014, terá que se sentar com Lula no encontro agendado com os chefes dos Executivo estaduais, agendada para às 18h desta segunda-feira (9/1).
Pedido de desculpas
No começo da noite, Ibaneis Rocha veio a público pedir desculpas aos chefes dos Três Poderes pelo ocorrido neste domingo (8/1), quando bolsonaristas extremistas invadiram os prédios do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal. Segundo o governador agora afastado, apesar das reuniões sobre possíveis manifestações, não se imaginava que os atos tomariam tal proporção.
?Quero me dirigir aqui, primeiramente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para pedir desculpas pelo que aconteceu hoje em nossa cidade. Para a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) [ministra Rosa Weber], ao meu querido amigo Arthur Lira [presidente da Câmara], ao meu querido amigo Rodrigo Pacheco [presidente do Senado]?, disse. A responsabilidade de Ibaneis a respeito das falhas no processo de segurança vem sendo questionada.
*Estagiário sob a supervisão de Michel Medeiros

Bruno Reis diz que atos antidemocráticos são ‘inadmissíveis’ e espera punição

O prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), lamentou os atos antidemocráticos ocorridos em Brasília neste domingo (8) e afirmou que as invasões ocorridas em sedes de Poderes da República são inadmissíveis.

?Tenho acompanhado com muita preocupação as invasões ocorridas em Brasília. As cenas de violência e destruição de patrimônio público, ainda mais nas sedes dos Poderes da República, são inadmissíveis?, pontuou, em sua conta no Twitter.

Ele disse esperar punição para os responsáveis. ?O fortalecimento da nossa democracia passa por diálogo e pelo debate, não há outro caminho. Lamento estes atos antidemocráticos e espero que os responsáveis sejam identificados e punidos?, frisou.

Somente três ministros se despediram de Bolsonaro na Base Aérea de Brasília

Apenas três ministros do governo compareceram à Base Aérea de Brasília para se despedir de Jair Bolsonaro, que embarcou para os Estados Unidos nesta sexta-feira (30). De toda equipe ministerial de Bolsonaro, somente Augusto Heleno (GSI), Paulo Sérgio Nogueira (Defesa) e Carlos França (Itamaraty) estiveram no local.
Além deles, o comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do Ar, Carlos de Almeida Baptista Jr, também foi se despedir do futuro ex-presidente.
Apesar de não chegar a se emocionar como na live que fez antes de viajar, Bolsonaro estava visivelmente abatido, conforme informou a coluna de Igor Gadelha do Metrópoles. A primeira-dama, Michelle Bolsonaro, acompanhou o marido e também viajou para os Estados Unidos.
O avião da Força Aérea Brasileira decolou de Brasília às 14h com destino a Orlando, no estado americano da Flórida. Com a viagem, Bolsonaro não passará a faixa presidencial ao seu sucessor, Luiz Inácio Lula da Silva, que ainda discute com sua equipe como se dará o ritual durante a cerimônia de posse.
A previsão é que o futuro ex-presidente passe ao menos um mês fora do país. Apesar dos preparativos, o governo não deu qualquer informação sobre a viagem, tampouco sobre quem o acompanhará.
Sem Bolsonaro, quem entrega a faixa?
Sem Bolsonaro, que não admite que perdeu a disputa presidencial que ocorreu em outubro, existe a possibilidade de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado e do Congresso Nacional, entregar a faixa presidencial ao presidente eleito.
Por lei, cabe ao presidente do Congresso abrir a sessão solene, e entregar ao presidente eleito e ao vice o termo de posse para que assinem. A previsão é de que, no evento, Pacheco discurse logo depois de Lula.
Outras opções também estão sendo discutidas pelos integrantes da equipe que organiza a cerimônia de posse.
Uma delas, ainda segundo a jornalista Malu Gaspar, é a faixa ser entregue por Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara; por um cerimonialista; ou por um grupo de pessoas representando diversos setores da sociedade brasileira. (Yahoo Noticias).
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Avião de Bolsonaro pousa em Boa Vista antes de deixar o Brasil

Três horas após deixar Brasília em direção aos EUA, o avião da Força Aérea Brasileira (FAB) que leva Jair Bolsonaro (PL) para Orlando pousou em Boa Vista, Roraima, para reabastecer os tanques de combustíveis. A aeronave ficou por cerca de uma hora no local antes de decolar, às 17h07, para o destino final.