Um olhar sensível de um visitante pelas ruas de Lisboa, os ventos de Cascais e o esplendor do Palácio de Monserrate, em Sintra
Por Itamar Ribeiro
Lisboa: onde o passado conversa com o presente
Estive em Lisboa nos dias de 18 a 22 de outubro de 2025. A capital portuguesa, com sua atmosfera vibrante e melancólica, encanta quem se permite andar sem pressa.
Caminhei (amos) pela Praça Marquês de Pombal, ponto central da cidade moderna, e segui até a famosa Rua Augusta, situada na Freguesia de Santa Maria Maior. A rua nasce no imponente Arco da Praça do Comércio e se estende até a Praça D. Pedro IV (Rossio).
O visitante é envolvido por um cenário que mistura história, arte e vida cotidiana. As lojas elegantes, os cafés perfumados e o som dos artistas de rua compõem uma sinfonia urbana inconfundível. Lisboa é, ao mesmo tempo, passado e presente, tradição e vanguarda.
Praça dos Arcos

Cascais: o mar que inspira poetas
De Lisboa, segui para Cascais, no dia (21/10) vila litorânea de charme inconfundível. Caminhei pelas ruelas que conduzem ao Forte de São Jorge de Oitavos e ao Forte de São Brás, construções que guardam memórias de defesa marítima e glórias antigas.
O azul do Atlântico parece ganhar ali um brilho especial. O vento suave traz histórias de navegadores e inspira os que buscam paz à beira-mar. Cascais mantém viva a harmonia entre o luxo discreto e a alma simples de um antigo porto de pescadores.

Sintra: um sonho entre colinas e névoas
Em Sintra, no mesmo dia (21/10), o cenário se transforma. A serra e a névoa criam uma atmosfera mística, como se a cidade tivesse sido esculpida por poetas. As ladeiras sinuosas levam a jardins sombreados, palacetes e bosques encantados.

Itamar e acompanhantes
Foi nesse cenário que visitei (amos) o Castelo de Monserrate, uma das mais notáveis expressões do Romantismo português. Cada detalhe da arquitetura parece sussurrar histórias de amores antigos e viagens distantes.
O Palácio de Monserrate: a joia romântica de Portugal
Próximo ao centro histórico de Sintra, ergue-se o Parque e Palácio de Monserrate, uma das mais belas criações arquitetônicas e paisagísticas do século XIX.
O palácio foi projetado pelos arquitetos Thomas James Knowles (pai e filho) e construído em 1858, a pedido de Sir Francis Cook, visconde de Monserrate.
A propriedade — cobiçada por muitos, inclusive por D. Fernando II (1816–1885) — foi adquirida por Cook em 1856. Ele confiou a reforma da casa aos Knowles, que criaram uma estrutura de inspiração gótica veneziana, com elementos da Catedral de Florença e dos palácios toscanos.
Entre colunas, arabescos e cúpulas, surgem também influências mouriscas e orientais, compondo um conjunto arquitetônico de rara harmonia e beleza.
Nos jardins, Cook reproduziu o estilo dos parques ingleses, com a colaboração de paisagistas e jardineiros britânicos. O resultado é um verdadeiro poema em pedra e natureza — o romantismo inglês em terras portuguesas.
Familia Cok

Biblioteca e interiores: ecos de uma vida elegante
Entre os ambientes mais fascinantes está a Biblioteca, utilizada por Francis Cook como gabinete de trabalho. É o único salão principal com porta, símbolo do recolhimento e da reflexão.
Após o restauro do palácio, buscou-se reconstituir o ambiente original da família Cook, identificando e readquirindo peças históricas que integravam o acervo. Esse cuidadoso trabalho devolveu ao espaço o brilho do século XIX, tornando-o um testemunho vivo da cultura doméstica romântica.

Encerrando o passeio
Ao deixar Sintra, a sensação é de ter atravessado não apenas um território, mas um tempo poético. Lisboa encanta pela vida, Cascais pela brisa, e Sintra pela alma.
Visitar o Palácio de Monserrate é mergulhar em um romance arquitetônico, onde a história, a arte e a natureza se unem num só encanto. Portugal, em cada esquina, oferece não apenas paisagens — mas emoções eternas.
Minha visita a Lisboa, Cascais e Sintra, na companhia de meus familiares, Ana Lucia, Lizia e Braulio Jr, Aline e Tiago Jaques (nosso guia turístico) e o meu neto caçula Tiaguinho.
Foto: Arquivo Familia

