Gloria Esther idealizou uma farinha enriquecida com triptofano como alternativa terapêutica para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Agora, ela pede ajuda para participar da etapa presencial do evento que acontecerá em setembro.
A estudante de Iniciação Científica, Gloria Esther Serra, desenvolveu um projeto com o título “Desenvolvimento de farinha enriquecida com triptofano como alternativa terapêutica para migrânea em indivíduos com Transtorno do Espectro Autista (TEA)”. Com o seu projeto, Esther foi classificada para a etapa presencial da FEBIC, Feira Brasileira de Iniciação Científica, que acontecerá na cidade de Joinville, no estado de Santa Catarina, no período de 8 a 12 de setembro de 2025.
Esther está no 3º do Ensino Médio, da Escola SESI José Carvalho e começou sua pesquisa em 2024. “Faço parte do grupo Bioscientist com foco em Biologia. Meu objetivo é o de mudar a qualidade de vida de uma parcela da população com uma ideia que poderia desenvolver nesta matéria. Em uma conversa com minha na época orientadora, hoje coorientadora, que no momento estava com dor de cabeça, comentei que não tinha visto muitos artigos científicos fazendo uma correlação entre os dois assuntos: enxaqueca e pessoas com TEA. Foi assim que eu comecei a ter interesse e pesquisar sobre esse assunto”.
A seletividade alimentar é uma condição comum em pessoas com TEA. Ela é caracterizada pela preferência por certos alimentos e aversão a outros, resultando em uma dieta restrita e, muitas vezes, com baixa variedade. Essa condição pode levar a deficiências nutricionais e afetar a saúde física e emocional. Em suas pesquisas, Esther descobriu que existia uma lacuna sobre aplicação prática e eficiência no tratamento da enxaqueca em pessoas com TEA envolvendo a alimentação. “Uma boa forma de tratamento seria através da alimentação e consumo do aminoácido triptofano, que precisa ser consumido por meio de alimentos ricos nesse tipo de aminoácido”.
Esther explica ainda que a seletividade alimentar aumenta as dificuldades de pessoas com TEA de aderir a tratamentos convencionais, como o consumo de certos alimentos para a melhora da enxaqueca. “Meu trabalho entra como uma alternativa de tratamento para a enxaqueca, utilizando uma farinha rica do aminoácido triptofano. É uma intervenção dietética, se apresenta como uma alternativa menos invasiva e, provavelmente, com menos efeitos colaterais. É ainda um produto natural, sem glúten e versátil. Pode ser utilizada em bolos, cookies, vitaminas, dependendo da forma que os familiares ou até mesmo a própria pessoa com autismo pode introduzir na alimentação”.
FENIC
No ano passado, quando começou sua pesquisa, a estudante apresentou o trabalho em outra feira de ciência que aconteceu em Salvador: a FENIC, Feira Nacional de Iniciação Científica. “Essa feira foi muito importante para que eu pudesse conhecer um pouco mais sobre esse mundo científico, sobre as apresentações da iniciação científica e também ver o que meu projeto poderia melhorar”, diz.
O orientador de Esther, o professor Jeferson de Menezes, afirmou que percebeu o potencial e importância social da sua pesquisa. Segundo ele, Esther é uma aluna muito proativa, sempre dedicada e disposta. Atualmente, como aluna do terceiro ano, consegue manter a rotina de estudos para o ENEM, desenvolver seu projeto de pesquisa e ainda ter uma vida social muito ativa. “O projeto é lindo e vê-lo se concretizar está sendo muito recompensador. Estou muito feliz que jovens pesquisadores como Esther existam e estejam se dedicando a isso”, diz.
Ele ressalta que a pesquisa evidencia um público que historicamente foi ignorado. “Precisamos trazer à tona as dificuldades que pessoas neurodivergentes enfrentam. Ainda é necessário aplicar muito esforço para fazer as análises, testes de aceitabilidade, perfil de compra e garantir a segurança da farinha, mas que ela tem grandes chances de ser uma alternativa alimentar para muitas pessoas melhorar as suas vidas. Estou confiante que essa farinha rica em triptofano possa ser desenvolvida e num futuro próximo esteja disponível no mercado”.
FEBIC
Esther lembra que submeteu seu projeto para a etapa virtual da FEBIC. O evento se divide em duas etapas: virtual e presencial. A etapa virtual aconteceu em junho e julho deste ano. Para Esther, foi uma ótima experiência. “Foi a primeira vez que eu apresentei em uma feira virtual. Foi uma experiência totalmente nova, mas igualmente proveitosa a que tive na FENIC, no ano anterior. No início desse mês de julho descobri que tinha passado para a etapa presencial da FEBIC”.
Essa etapa irá acontecer no estado de Santa Catarina, na cidade de Joinville. Para ir até essa feira, Esther precisa de ajuda. Quem quiser colaborar para que a estudante feirense vá a essa feira, pode fazer a sua contribuição através de PIX com o número do telefone (75) 99122-2833, em nome de Gloria Esther Reis Serra de Oliveira, Banco Nubank. Qualquer valor já faz a diferença. Ou compartilhando a sua história nas redes sociais. O Instagram de Esther é o @GloriaEstherSerra. Caso seja uma empresa e tenha interesse em patrocinar a sua viagem até a FEBIC, entre em contato pelo WhatsApp com o mesmo número de telefone para maiores informações. (Karoliny Dias – jornalista).
FOTO-Gloria Esther Serra – Arquivo Pessoal