A presidente em exercício da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), deputada Fátima Nunes (PT) prestigiou, no início da noite desta sexta-feira (6) o lançamento do livro “Cultura é Poder”, da deputada federal Jandira Feghali (PC do B- RJ). O evento, realizado no Shopping Passeo, no Itaigara, em Salvador, contou com as presenças das deputadas federais Alice Portugal (PC do B) e Lídice da Mata (PSB), do presidente da Fundação Palmares, João Jorge Rodrigues, do secretário nacional de Cultura do PC do B, ex-deputado estadual Javier Alfaya, além de representantes de associações ligadas à cultura e intelectuais baianos.
Para a deputada Fátima Nunes, a autora do livro é uma valorosa combatente na luta em defesa da democracia brasileira, uma mulher que, na sua caminhada política, produziu um livro onde revela que a nossa cultura, com seu jeito de ser e querer, é também poder. “Nada mais justo que as gerações atuais conheçam essa obra, para que tenha mais pessoas envolvidas com o respeito à democracia, com o poder de dialogar com os povos indígenas, quilombolas, mulheres e jovens. A cultura brasileira precisa abrigar nossa diversidade como um poder transformador, garantidor dos direitos pela democracia”, enfatizou a presidente.
A obra, que tem o prefácio da ministra da Cultura Margareth Menezes, é um conjunto de reflexões da parlamentar comunista sobre o papel da cultura no processo emancipatório da sociedade brasileira. Feliz pela receptividade que seu livro teve na Bahia (uma plateia, mesclada de muitos jovens e antigos simpatizantes da parlamentar esquerdista, compareceu ao lançamento), a comunista garantiu que o papel da cultura não se resume apenas a entretenimento, mas também a uma afirmação da brasilidade. “Se a gente passar a promover a cultura brasileira, nas suas várias linguagens, vamos ser menos colonizados, vamos impor aqui a nossa soberania e a realidade brasileira”, assegurou.
Musicista (pratica bateria), a curitibana e médica de profissão Jandira Feghali foi líder sindical da categoria, secretária municipal de Cultura no Rio de Janeiro, tendo ingressado no PC do B em 1981, quando o partido ainda funcionava na clandestinidade. Na Câmara dos Deputados, onde cumpre sete mandatos não consecutivos, foi relatora da legislação que criou a Política Nacional Aldir Blanc, em 2020. Nas 200 páginas do livro “Cultura é Poder”, ela aborda temas como racismo e a guerra cultural verbalizada pela extrema direita no Congresso Nacional, além de analisar a cultura como campo de disputa simbólica, destacando a importância da conexão com outros setores estruturantes da vida da sociedade, como economia, saúde, educação, meio ambiente e democracia.
“O Regime Militar promoveu uma indústria cultural, nacionalizou uma TV para poder passar suas ideias e valores, botou dentro das escolas a Moral e Cívica. Não há como sustentar um poder econômico sem que os valores em disputa estejam colocados também na comunicação e na escola”, finalizou a deputada federal, anunciando que “já tem mais dois livros no forno para publicação”. (Agencia Alba).
Foto: Ascom/Alba