PRESIDENTE DA ALBA ANUNCIOU A REEDIÇÃO DE LIVRO DA IALORIXÁ
O centenário de nascimento da ialorixá Mãe Stella de Oxóssi foi celebrado na tarde de hoje (22.05) em uma sessão especial na Assembleia Legislativa da Bahia – ALBA, comandada pela presidente da Casa, deputada Ivana Bastos. Proposta em conjunto pelas deputadas Fabíola Mansur (PSB) e Olívia Santana (PCdoB), a sessão reuniu dirigentes de órgãos federais e estaduais da área de Cultura, sacerdotisas e sacerdotes da religião afrobrasileira, representantes de outros segmentos religiosos, da sociedade civil e do governo do estado e a deputada federal Lídice da Matta (PSB).
Como parte das comemorações dos 100 anos de nascimento da ialorixá do Ilê Axé Opô Afonjá, Ivana Bastos anunciou que o livro “Meu Tempo é Agora”, editado pelo projeto ALBA Cultural, em 2010, será reeditado este ano. “Uma obra que, de forma didática e acessível, oferece ao público uma compreensão profunda sobre os fundamentos, valores e relações que regem o Candomblé. Trata-se de um livro necessário, formativo e simbólico”, definiu Ivana, destacando que a reedição atende a uma solicitação da deputada Fabíola Mansur.
“Fiz questão de estar aqui, como presidente desta Casa, e como cidadã que reconhece a importância de Mãe Stella para a história viva do nosso povo”, afirmou Ivana. Para a chefe do Legislativo baiano, mais que uma Ialorixá, Mãe Stella foi uma intelectual, uma voz que ultrapassou os muros dos terreiros para dialogar com a sociedade, com a educação, com o serviço público, com a espiritualidade e com a cultura de forma ampla e generosa.
A presidente disse ainda que Mãe Stella deu visibilidade ao Candomblé como religião de princípios, de organização, de respeito e de ancestralidade. “E fez isso com serenidade, profundidade e compromisso com a verdade”.
Ao agradecer à presidente Ivana Bastos pela reedição de “Meu Tempo é Agora”, Fabíola Mansur ressaltou que é um livro revolucionário e lembrou que Mãe Stella tem mais de dez publicados, motivo pelo qual tornou-se a primeira ialorixá a fazer parte da Academia de Letras da Bahia, eleita por unanimidade. “Ela era uma diplomata, que não deixava a política interferir nos assuntos do Ilê Axé Opô Afonjá, mas sabia se posicionar com firmeza. Mãe Stella, com certeza, está aqui, nos conduzindo com sua paz”, observou a deputada do PSB.
Para a deputada Olívia Santana, não é possível falar em Cultura baiana sem citar os Terreiros de Candomblé e que nas comemorações dos 40 anos do “Axé Music” nunca é de mais lembrar que é lá que essa música nasce. “É uma grande honra, uma grande emoção fazer esta sessão, este ato histórico que é lembrar os 100 anos de Mãe Stella. O tempo não apagou as suas pegadas e as contribuições dela”, afirmou a deputada do PCdoB. Ela assinalou ainda que Mãe Stella se coloca entre as grandes ialorixás do Brasil, ao lado de Mãe Senhora, Mãe Aninha e Mãe Menininha.
Participaram da sessão o desembargador Lidivaldo Brito, representando o Tribunal de Justiça da Bahia; a sucessora de Mãe Stella no Ilê Axé Opô Afonjá, Mãe Ana de Xangô; a secretária da Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais, Ângela Guimarães, representando o governador Jerônimo Rodrigues; o presidente da Fundação Palmares, João Jorge Santos, representando o Ministério da Cultura; a promotora de Justiça Lívia Maria Vaz, representando o Ministério Público Estadual; o presidente do Instituto Histórico e Geográfico da Bahia, Joaci Góes; e o Obá Abiodum do Ilê Axé Opô Afonjá, Adriano Azevedo.
Também presentes a coordenadora do Conselho Interreligioso da Bahia e ialorixá do Ilê Axé Ewá, Mãe Márcia D’Ogum; a provedora da Festa de Boa Morte 2025, irmã Necy Leite; o presidente do Bembé do Mercado de Santo Amaro da Purificação, Pai Pote; o pároco da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, Padre Lázaro Muniz; o fundador do Centro Espírita Cidade da Luz, José Medrado; o presidente da Academia de Letras da Bahia, Aleilton Fonseca; o diretor da Faculdade de Arquitetura/UFBA, Fábio Velame, representando o reitor Paulo Miguez; e o representante da Federação Nacional do Culto Afrobrasileiro, Marcelo Santos.
ALBA – Ascom
Foto: Sandra Travassos/ALBA