Michele Gramacho impulsiona TV e Rádio ALBA e consolida emissoras como referência nacional

Primeira mulher a dirigir a Fundação Paulo Jackson, jornalista lidera modernização, interiorização do sinal e projetos inovadores que colocam a TV ALBA entre as mais avançadas do país

Pela primeira vez em 18 anos de história, a Fundação Paulo Jackson — responsável pela TV e Rádio ALBA — é comandada por uma mulher. À frente da instituição desde 2021, a jornalista Michele Gramacho tem conduzido um processo de modernização que transformou as emissoras legislativas baianas em referência nacional. Em entrevista ao Soterópolis Notícias, Michele destaca avanços como a interiorização do sinal via satélite, a adoção de tecnologias inovadoras e o fortalecimento do jornalismo público, reforçando a missão de aproximar o Parlamento do cidadão. “Quando uma mulher chega a um espaço de poder, a responsabilidade de fazer mais e melhor torna-se ainda maior”, afirma.

Soterópolis Notícias — Conte um pouco sobre a história da TV e Rádio ALBA e como se deu o processo de crescimento dessas emissoras na sua gestão.

Michele Gramacho — “Eu fico muito feliz em ser a primeira mulher, depois de 16 anos, a assumir a direção-geral da Fundação Paulo Jackson, que administra a TV ALBA e a Rádio ALBA. Quando assumi, em 2021, entendi que chegar a um espaço de poder aumenta ainda mais a responsabilidade de fazer mais e melhor.
Todos comentam o salto que a TV e a Rádio deram desde então, e isso não é mérito apenas de Michele: é o trabalho de toda uma equipe. Lá, temos um lema: ‘eu não; nós’, porque ninguém realiza nada sozinho. A sensibilidade de ser mulher e profissional de comunicação faz diferença quando sabemos onde queremos colocar o veículo, reconhecendo o potencial da equipe e aonde podemos chegar.”


INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

SN — A comunicação hoje é predominantemente digital. Você encontrou dificuldades para digitalizar esses instrumentos?

MG — “Entre tantas ações — como reforma de estúdio, reforma da sede e melhorias para os colaboradores — um dos maiores feitos foi, a partir de 2021, colocar a transmissão da TV ALBA via satélite. Isso permitiu que chegássemos ao interior do estado.
Era um sonho antigo. Desde que entrei na TV, em 2014, já se falava em interiorizar o sinal aberto, mas não havia condições reais para isso. Com o programa Digitaliza Brasil, conseguimos avançar. E agradeço muito ao então presidente Adolfo Menezes, sempre sensível às nossas propostas.”


TV ALBA NO INTERIOR DA BAHIA

SN — Com a conquista do sinal aberto, a TV ALBA saiu da região metropolitana e passou a alcançar o interior. Qual o segredo desse avanço?

MG — “Com a transmissão via satélite, deixamos de alcançar apenas 13 municípios da região metropolitana e passamos a chegar a mais de 100. Hoje, já somos vistos em 132 municípios baianos, e a previsão é atingir outros 30 até o meio do ano que vem.
Considero isso um feito histórico. Aproximamos a emissora — e, por consequência, o Parlamento — do povo baiano. Sempre reforço que existe um equívoco quando se interpreta que o dono das emissoras legislativas são os parlamentares. Não são.
O verdadeiro dono da TV ALBA é o povo baiano. Nosso papel é ser ferramenta de transparência: transmitir o que acontece no plenário, ao vivo e sem cortes, para que a população possa acompanhar, fiscalizar e compreender o impacto das decisões.”


SN — Quando se fala em TV pública, afinal, quem são os donos e quais os objetivos dessas emissoras?

MG — “O dono das emissoras legislativas — seja TV Câmara, TV Senado, TV ALBA ou as TVs municipais — é o povo. A emissora existe para garantir transparência.
A exibição das atividades parlamentares é consequência dessa missão. Por isso trabalhamos para todos os deputados e zelamos pela imagem de todos. Nosso compromisso é não perder o foco democrático que evita atos como o que ocorreu com a TV Câmara Federal, que ficou fora do ar por decisão unilateral.
Emissora legislativa não edita plenário: transmite tudo, como acontece.”


PRESENÇA NACIONAL

SN — Sua presença em eventos nacionais tem levado o nome da TV ALBA a outros estados. Como isso começou?

MG — “Tenho muita gratidão. Logo no primeiro ano de gestão, fui indicada para a ASTRAL — Associação Brasileira de TVs e Rádios Legislativas — e, de imediato, me tornei terceira vice-presidente. Isso projetou a TV ALBA no cenário nacional.
Hoje sou diretora regional Nordeste e, possivelmente, assumirei a diretoria de comunicação da associação.
Nesses encontros, percebemos que o que fazemos na Bahia virou modelo. Nosso cardápio de programas, por exemplo, foi rapidamente adotado por outras emissoras. E eu sempre digo: ‘copiem tudo’.
O objetivo não é vaidade; é fortalecer a comunicação legislativa no Brasil.”


INOVAÇÃO E INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

SN — Qual inovação mais tem chamado atenção nos eventos de comunicação?

MG — “Fomos convidados para apresentar, na SET EXPO — um dos maiores eventos de tecnologia de televisão do país — o nosso projeto IAlba.
A IAlba é uma personagem virtual criada a partir de duas plataformas de inteligência artificial. Fomos a primeira emissora legislativa do país a usar IA na produção de conteúdo.
Ela apresenta, por exemplo, o Alba News, nosso boletim matinal. Esse vanguardismo da TV ALBA nos deixa muito felizes e nos incentiva a buscar sempre mais.”


GRADE DE PROGRAMAÇÃO

SN — Conte um pouco sobre a grade de programação da TV ALBA?

MG — “Temos uma grade ampla e variada. Inclusive observo que o Soterópolis Notícias é, possivelmente, o único site baiano que retransmite toda a programação da TV ALBA — e sou muito grata por isso.
Quando iniciamos a gestão, decidimos focar fortemente no jornalismo, porque a população precisa de informação de credibilidade.
Temos dois jornais diários e colocamos um deles ao vivo, o Alba Notícias, às 13h50. À noite, temos o Alba Agora, totalmente voltado à política.
Além deles, produzimos boletins, o Alba News, programas culturais, o Negritude, o Ponto a Ponto Mulher, o Questão de Ordem, entrevistas especiais e muito mais.
Também buscamos parcerias e criamos o slogan: ‘a cada 15 minutos, uma notícia interessante para você’, quebrando a grade para inserir atualizações rápidas.
Estamos sempre pensando em novas produções — inclusive sonho em implantar um programa de auditório em breve.”


ESTRUTURA E MODERNIZAÇÃO

SN — A presidente Ivana Bastos está implementando grandes mudanças na ALBA. A Fundação Paulo Jackson também passará por uma reforma estrutural?

MG — “Sim. A deputada Ivana Bastos sempre foi uma incentivadora da comunicação legislativa. Foi presidente da UNALE três vezes e sempre defendeu as emissoras públicas.
Agora, como presidente da ALBA, ela continua apoiando nosso trabalho.
Estamos, sim, aproveitando esse momento de renovação para planejar novas reformas, especialmente nos estúdios. Queremos instalar painéis de LED e ampliar nossas possibilidades visuais.
São duas mulheres — ela e eu — cheias de energia e determinação. Essa combinação tem dado muito certo e, sem dúvida, renderá ainda mais bons frutos para o público.”

A trajetória recente da TV e Rádio ALBA revela não apenas um salto tecnológico, mas uma mudança de visão sobre o papel da comunicação pública na Bahia. Sob a condução de Michele Gramacho e com o respaldo institucional da presidente Ivana Bastos, as emissoras legislativas vivem um período de expansão, modernização e afirmação nacional. O avanço no alcance do sinal, a adoção pioneira de tecnologias como a inteligência artificial e a consolidação de uma grade jornalística robusta demonstram que a Fundação Paulo Jackson se transformou em referência.
A sintonia entre duas gestoras que priorizam transparência, inovação e compromisso público aponta para uma nova fase em que a comunicação legislativa baiana se apresenta mais próxima da população e mais preparada para os desafios contemporâneos. O futuro, ao que tudo indica, promete ir ainda mais longe.

Soteropolis Noticias

Imagem: Divulgação/SN

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