Com o confinamento determinado pelo combate ao coronavírus, a audiência em canais digitais -sites, redes sociais e aplicativos – e na televisão naturalmente cresce, mas isso não está tendo reflexo para o mercado publicitário baiano. Em conversa com o bahia-ba, o diretor do Sindicato das Agências de Propaganda (Sinapro-Bahia), Paulo Coelho, relatou que os investimentos dos clientes praticamente foram a zero, com exceção quase única das campanhias ligadas o enfrentamento da Covid-19.
“O crescimento da audiência só se reflete em receita publicitária quando se tem uma economia punjante, com empresas capazes de comprar mídia”, adverte o executivo. Segundo Coelho, a queda de receitas com a pandemia estão entre 60% a 70%. “Algumas estão com o faturamente praticamete zerado”, lamentou.
Junto com outras entidades do setor – Associação Brasileira de Agência de Publicidade (Abap-BA), Associação Baiana do Mercado Publicitária (ABMP) e Central de Outdoor -, o Sinapro-Bahia enviou ofício pedindo ajuda na prefeitura em redução do IPTU, retardamento do pagamento do ISS e isenção da taxa de publicidade para mídias exteriores. “Quem sai nas ruas vê os outdoors vazios”, observa.
Paulo Coelho frisa que o segmento compreende a prioridade do poder público para a saúde, mas ressalta que, além da sobrevivência das empresas, o setor publicitário se preocupa com o futuro dos profissionais e estudantes. Toda a cadeia produtiva emprega cerca de 3 mil pessoas. “São três mil famílias. A Bahia sempre foi um celeiro de bons publicitários. Qual o futuro dos nossos estudantes?”.
Perspectivas de futuro
Mesmo acompanhando agências reduzindo o quadro ou fazendo acordos com as equipas para evitar demissões, Paulo Coelho vê boas perspectivas de futuro na economia e, por tabela. “Quando os shoppings reabrirem, as pessoas vão ter um prazer ainda maior em comprar”, prevê. (Adriano Vilella – bahia.ba).
Foto: Divulgação/Sinapro/BA