O governador Rui Costa (PT) disse que a atuação do Ministério Público da Bahia para que o STJ (Superior Tribunal de Justiça) passasse a investigar a compra de 300 respiradores realizada pelo Consórcio Nordeste resultou numa ?confusão jurídica?que, segundo ele, só tem beneficiado os suspeitos de fraudar a venda dos equipamentos.
Em entrevista ao jornal Bahia Meio Dia nesta quarta-feira (10), o governador afirmou que, antes de o caso mudar de instância, a Polícia Civil baiana estava avançando nas investigações, inclusive com a sinalização da devolução de parte dos R$ 49 milhões pagos pelos ventiladores pulmonares
?Infelizmente, por um procedimento do Ministério Público estadual, junto com o Ministério Público Federal, a juíza que estava acompanhando o caso declinou da ação e criou aí uma polêmica de quem vai tocar essa ação, e isso, infelizmente, eu digo isso com muita tristeza, só está favorecendo a quem lesou o estado, a quem lesou o recurso público, que foram as pessoas envolvidas?, declarou.
O governador afirmou que formalizaria ainda hoje uma comunicação a ser enviada ao MP-BA e ao MPF. Ele, no entanto, não detalhou o teor do documento.
?Pra mim, independe quantas investigações vão ter ou quem vai participar. O que nós queremos imediatamente é a devolução do recurso público e a identificação de todos os responsáveis.?
Rui Costa disse ver disputa política em torno do caso.
?Se criou uma disputa política, uma confusão jurídica. Há muita contaminação política hoje no Brasil relegando à vida humana a segundo plano. A prioridade, pra muitas pessoas, passou a ser a disputa política, disputa às vezes de procedimentos legais?, criticou.
?Pra mim é muito claro: não interessa quem vai investigar nem quantas investigações tenham. Podem ser uma, duas, três, quatro? não tem problema. Desde que encontrem os responsáveis rapidamente e que façam a devolução o mais rápido possível desse recurso. Até porque nós estamos precisamos desse recurso para continuar a ação para salvar vidas humanas?, acrescentou. (Alexandre Santos – bahia.ba).
Foto: Fernando Vivas/GOVBA