Bolsonaro critica TSE e diz que Forças Armadas não aceitam ‘julgamento político’ para cassar chapa eleita

presidente
Jair Bolsonaro
 criticou nesta segunda-feira o TSE
(Tribunal Superior Eleitoral)
, que iniciou na semana passada a análise
em plenário de uma ação que pede a cassação
da chapa eleita
 à Presidência em 2018, e voltou a dizer que as
Forças Armadas não aceitarão um “julgamento político”.

Segundo ele, a hipótese de anulação de sua vitória eleitoral
é “inadmissível” e significaria “esticar a corda”. Bolsonaro, no entanto,
também negou a possibilidade de militares darem um golpe.

“Não existe intervenção militar. O artigo
142
 (da Constituição), nem precisava o senhor Luiz Fux
monocraticamente atender a um pedido do PDT, um partido que tem ligação com o
partido comunista chines, para dizer qual o papel das Forças Armadas. Como se o
nosso Alto Comando das Forças Armadas fosse (formado por) pessoas que não
soubessem qual o seu papel em uma democracia. E nós, militares das Forças
Armadas, porque eu também sou militar, somos os verdadeiros responsáveis pela
democracia nesse país. Nós jamais cumpriríamos ordens absurdas, mas nós também
jamais aceitaríamos um julgamento político para destituir um presidente
democraticamente eleito”, disse Bolsonaro.

O presidente referiu-se à nota divulgada na sexta-feira,
assinada em conjunto com o vice-presidente Hamilton Mourão e o ministro da
Defesa, Fernando Azevedo e Silva. O texto afirma que as Forças Armadas “não
cumprem ordens absurdas, como por exemplo a tomada de Poder. Também não aceitam
tentativas de tomada de Poder por outro Poder da República, ao arrepio das
Leis, ou por conta de julgamentos políticos’.

A nota foi divulgada depois de uma decisão em que o ministro
Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, afirmou que as Forças
Armadas não são um poder moderador
 e não podem ser acionadas no
caso de conflitos entre Executivo, Legislativo e Judiciário.

Bolsonaro reclamou do julgamento em curso no TSE e afirmou
que o Tribunal não deveria ter dado andamento ao caso. A ação trata de uma
página no Facebook que reunia 2,7 milhões de pessoas e era chamada de ‘Mulheres
Unidas contra Bolsonaro”. Após uma invasão feita por hackers, o nome foi
alterado para “Mulheres com Bolsonaro #17”. A página de Bolsonaro no Facebook
chegou a divulgar a página com a nova nomenclatura. O julgamento foi suspenso
depois de um pedido de vista do ministro Alexandre de Moraes.

?O próprio julgamento no TSE. Com todo respeito, mas me
julgar por uma página que ficou fora do ar por menos de 24 horas, para cassar
chapa Bolsonaro e Mourão, é inadmissível. No meu entender, é começar a esticar
a corda. É começar a alimentar uma crise, que não existe da nossa parte. Outra,
como vou dar golpe se já sou o presidente, se já sou chefe supremo das Forças
Armadas??, questionou.

Em entrevista à revista “Veja”, o ministro da Secretaria
de Governo, Luiz Eduardo Ramos
, afirmou considerar “ultrajante e
ofensivo” considerar que as Forças Armadas “vão quebrar o regime democrático”.
Ramos, no entanto, acrescentou que o “outro lado” precisa entender que não deve “esticar a corda”. (Agência O Globo).

(Yahoo Noticias)

Foto: Divulgação/Yahoo